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Ciro Gomes ataca novamente com sua metralhadora giratória incontrolável e suas previsões infundadas. Em entrevista ao Estadão, o pedetista atacou a burocracia petista, afirmando que se essa turma continuar mandando a esquerda vai perder mais três vezes seguida, e previu que Bolsonaro não termina seu mandato.

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“O PT são vários PTs”, disse. “Esta burocracia do PT e a estratégia que essa burocracia está fazendo em nome da direção imperial do Lula é certeza da derrota do campo progressista no Brasil agora e pelas próximas três ou quatro eleições”. Nesse caso, Ciro tem um ponto mesmo. O lulismo afundou o PT e a esquerda em geral. Ciro cita a corrupção generalizada e a crise econômica como legados petistas que permanecem vivos na cabeça do eleitor. Fato.

Após detonar Gleisi Hoffman, Ciro rejeita qualquer possibilidade de aliança com o PT dessa ala: “Comigo unidade é o cacete. Unidade é na luta. E na luta em cima da mesa. Agora ninguém mais vai enganar ninguém porque o que eu tinha para dar de engolir, de ter que fazer silêncio em nome da unidade, eles acabaram de liquidar”. Resta saber o que Ciro tanto engoliu e porque colocou a lealdade ao PT acima da lealdade ao Brasil, já que sabia de tantos podres e preferiu manter o silêncio. Essa, aliás, tem sido a marca registrada do político cearense: o oportunismo amoral. Já trocou tanto de partido e já serviu a tantos governos que nem é possível lembrar de cabeça a trajetória.

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Para Ciro, Bolsonaro se elegeu por culpa do PT: “O Bolsonaro nunca foi o candidato da direita brasileira. O Bolsonaro foi engolido pela direita brasileira porque era o cara que foi identificado pelo nosso sofrido povo como o mais tosco intérprete do antipetismo que era a força dominante. Bolsonaro interpretou de forma tosca o sentimento de medo do povo”. Parcialmente verdade. Bolsonaro é mesmo uma reação aos abusos esquerdistas, mas também simbolizou valores com os quais a população se identifica, mais conservadores, como endurecer no combate ao crime, por exemplo, ou enfrentar a doutrinação marxista na educação.

Por fim, a previsão catastrofista: “Acho que ele não termina o governo. Isso é um mero palpite. Espero que não seja pelo suicídio. Meu palpite, é um mero palpite, é que vai ser por renúncia. Os políticos, que de alguma forma foram negados também pelo caráter antipolítico que o Bolsonaro impôs na retórica dele, estão muito ressabiados com a bobagem que fizeram no impedimento da Dilma”. Bobagem? Imagina se Dilma continuasse no poder, para sangrar e ser derrotada nas urnas, o risco que o Brasil enfrentaria! Era questão de sobrevivência interromper aquele ciclo vicioso que destruía nossa economia e nossas instituições.

Ciro antecipa momentos terríveis no país nos próximos 6 meses e até a saída de Paulo Guedes. Entendo a angústia: para um nacional-desenvolvimentista como ele, ver um liberal no comando da economia, fazendo as reformas certas, deve ser duro mesmo. Se ao menos abandonássemos o teto de gastos e seguíssemos o caminho inflacionário…

Ciro Gomes tenta se vender como uma alternativa ao ambiente polarizado entre PT e bolsonarismo, mas, no fundo, ele reúne o que há de pior em ambos: é populista, desenvolvimentista (irresponsável na economia), truculento, arrogante, beligerante e tosco. Ou seja, é uma mistura ruim de Dilma e Bolsonaro, sem Paulo Guedes. Ainda bem que não é Ciro o presidente!

Rodrigo Constantino

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