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Vamos falar um pouco mais do Oscar, da decadência da arte em Hollywood à medida em que a politização avança como pauta prioritária nos cinemas e nas festas que deveriam celebrar os filmes. A premiação de 2017, com direito a uma gafe inesquecível, foi tema da coluna de João Pereira Coutinho hoje na Folha. Diz o conservador português:

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Se o Oscar deste ano ficará na história será pela gafe, pelas críticas a Donald Trump (previsíveis) e pela busca de “diversidade” (leia-se: mais negros) entre os indicados.

Era quase inevitável. A revista “The New Yorker”, insuspeita de inclinações “conservadoras”, conta as mudanças: em 2016, o mundo desabou sobre a Academia (“Demasiado branca!”) e perguntou: “Onde estão os negros?”.

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Pergunta absurda. A pergunta certa, para quem confunde arte com engenharia social, deveria ser “Onde estão os hispânicos?”, que em termos demográficos excedem a população negra.

Mas houve mudanças, repito: a presidente (negra) da Academia, Cheryl Boone Isaacs, olhou para os 6.000 membros do clube e decidiu fazer pequenas limpezas na lista. Com direito de voto, só ficaram antigos indicados ao troféu, membros ativos da indústria nos últimos dez anos ou então pessoal com 30 anos de carreira (mínimo). Confirma-se: o único preconceito socialmente aceitável é mesmo a gerontofobia.

Além disso, entraram novos membros (683) e as cifras não mentem: 41% são “não brancos”. O caso não é inédito, explica a revista: desde o início dos prêmios houve purgas na demografia votante.

[…]

Foram semanas e semanas de excitação adolescente com o Oscar: notícias, reportagens, matérias, análises. Uma excitação sobre o vazio. Em 2018, quando alguém perguntar qual foi o melhor filme no Oscar de 2017, só mesmo a gafe salvará Hollywood do esquecimento.

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E por que isso acontece? Em parte, porque a maioria dos atores e atrizes, diretores e produtores, é mesmo de esquerda. Essa gente vive numa bolha “progressista”, faz parte da elite culpada, precisa expiar seus “pecados” e deseja se sentir “prafrentex”, descolada, moderninha e abnegada, sem preconceitos. O esquerdismo é o atalho mais fácil – e hipócrita – para a compra da consciência, para a sensação de superioridade moral sem esforço algum.

Mas há também uma ocupação deliberada pela esquerda, que cada vez intimida mais os adversários, faz de tudo para realmente dominar Hollywood e transformá-la numa máquina de propaganda ideológica. Bruno Garschagen fala um pouco sobre isso nesse vídeo, tendo como base um livro de Ben Shapiro:

Enquanto Hollywood insistir em fazer proselitismo ideológico em vez de arte, o público vai buscar alternativas nas séries de televisão ou na internet. As pessoas cansaram desse jogo de cena, dessa hipocrisia toda, dessa propaganda política disfarçada de evento artístico.

Rodrigo Constantino

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