Por João Luiz Mauad, publicado no Instituto Liberal
Causou alguma celeuma nos Estados Unidos a não indicação de qualquer ator ou diretor negro para concorrer ao Oscar deste ano. No Brasil, em sua coluna do dia 19 de janeiro, Ancelmo Góis noticiou que, pela primeira vez, desde 1988, não há um único ator ou atriz que não seja branco indicado para o Oscar. Tal fato tem despertado muitas críticas de parte da entourage progressista, cuja principal alegação é que existiria uma pretensa falha da Academia de Cinema, Artes e Ciências de Hollywood na hora de incluir minorias nas suas fileiras de elite.
Segundo esses críticos, a discriminação contra os negros está relacionada à composição da Academia. Como prova, sacam uma pesquisa feita pelo jornal Los Angeles Times, em 2013, mostrando que os representantes (eleitores que escolhem os candidatos) são 93% brancos e 76% do sexo masculino.
Seria cômico se não fosse trágico. A trupe politicamente correta não tem limites. Não há nada que os faça tirar os antolhos e olhar um pouco para os lados, sem preconceitos. Só conseguem enxergar o mundo dividindo-o em grupos, classes, raças, etc. Esse tipo de postura chega a ser ofensivo, não apenas com os membros da Academia de Hollywood, mas principalmente com os inúmeros atores negros de sucesso que um dia alcançaram o topo do estrelato.
Nomes como Denzel Washington, Will Smith, Samuel L. Jackson, Morgan Freeman, Jamie Foxx, Forest Whitaker, Eddie Murphy, Cuba Gooding Jr., Danny Glover, Bill Cosby, Halle Barry, Whoopi Goldberg, Spike Lee, entre muitos outros, nunca precisaram de cotas ou ajuda dos politicamente corretos para ganharem seus Oscars e fazerem fortunas. Eles simplesmente são muito competentes naquilo que fazem, mesmo concorrendo num setor altamente competitivo.
Por outro lado, nunca vi ninguém reclamar da escassez de brancos em certas atividades. Ainda outro dia, assistia pela TV à final do campeonato de futebol americano e não pude deixar de reparar que pelo menos 75% dos jogadores envolvidos na partida eram negros. É preciso destacar que estamos falando da nata desse esporte; homens que certamente estão entre os profissionais mais bem pagos do planeta.
Aquilo que meus olhos enxergaram é comprovado pelas estatísticas. Pelo menos 68% dos jogadores que disputam o torneio da National Football League (NFL) são não brancos, ainda que 72% da população dos Estados Unidos sejam considerados brancos. No basquete, a situação não é muito diferente. O mais interessante, entretanto, é constatar que os proprietários de quase todos os times, tanto de futebol americano quanto debasquete, são brancos.
Assim como os produtores de Hollywood, os empresários do esporte estão interessados na lucratividade dos seus respectivos negócios e, portanto, tenderão a escalar os melhores atores, diretores, técnicos e jogadores. Se os melhores forem negros, eles os contratarão a peso de ouro. Se forem brancos, idem. Para os empresários, “não importa a cor dos gatos, desde que matem os ratos”, e encham seus bolsos de dinheiro, claro. Não resta dúvida que o livre mercado, a competição e a busca pelo lucro são ótimos remédios contra a discriminação.
Tudo somado, como muito bem resumiu Walter Williams – ele mesmo um negro que venceu na vida sem o auxílio de cotas e outros recursos assistencialistas -, “organizações de direitos civis e seus aliados progressistas, ao sugerir que os negros não podem vencer na vida, a menos que lhes sejam concedidos privilégios especiais, grosseiramente insultam e rebaixam as pessoas negras”.
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