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Por Thiago Kistenmacher, para o Instituto Liberal

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Passeando pelas notícias atuais, lendo algo sobre os Jogos Paralímpicos Rio 2016, me deparo, de novo, com polêmicas, agora em torno da deficiência física. O ataque é contra a propaganda da Vogue, na qual Cléo Pires e Paulinho Vilhena aparecem como paratletas. Ela com um braço amputado e ele com uma perna mecânica. Aliás, o conceito encontrado em algumas controvérsias é o do “Capacitismo”, que significa discriminar pessoas com algum tipo de deficiência.

Evidente que ridicularizar alguém que tenha qualquer deficiência é uma atitude espúria, mas ajudá-la, auxiliá-la num momento de necessidade, não pode ser visto como preconceito.

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Não, não estou exagerando! Já tem gente relacionando o auxílio concedido àqueles que possuem alguma deficiência como preconceito e arrogância interiorizada. Calma lá! Em que pese o fato de existir, sim, preconceito, nem todos são como o politicamente correto pensa. Se você vê um sujeito com deficiência visual prestes a se chocar com algo que irá feri-lo, o que fazer? Será “preconceituoso” e irá avisá-lo ou deixará que ele se machuque?

Vamos separar as coisas. Se você é um mal-educado e dá risadas de um alguém com deficiência, seria aconselhável que repensasse seus comportamentos. Todavia, se você está disposto a colaborar com quem necessita, muito bom, mas cuidado, afinal, você pode ser confundido com um “capacitista”. Mas quem estabelece o limite entre o preconceito e a ajuda legítima, feita por uma alma nobre? Com exceção dos casos estúpidos de deboches, etc., a colaboração mútua não deveria ser mal vista, no entanto, nada escapa das garras da patrulha ideológica.

Certa vez ouvi uma pessoa – que idolatrava Paulo Freire – alegar que a deficiência física não existiria. O que existiria, segundo ela, seria só “a falta de acessibilidade”. O que deve ser politizado é a questão da acessibilidade nas ruas, não a atitude de quem ajuda. O politicamente correto, mais uma vez, prestando desserviços.

Voltamos ao caso de Cléo Pires e Paulinho Vilhena. A página “Capacitismo é crime de ódio”, no Facebook, diz que a foto de ambos os artistas representando atletas paraolímpicos é uma “campanha insensível”. Por quê? A página diz também que a campanha “poderia ter sido feita com paratletas reais para gerar conscientização”. Mas o pretendido era exatamente o inverso, ou seja, gerar a tal “conscientização” e aproximar quem tem de quem não tem deficiência! Em vez de aqueles que lutam pelo mesmo ideal anunciado na propaganda enxergarem nela um reforço aos seus ideais, criticam-na.

Um detalhe: antes que a patrulha me acuse de intolerante ou escreva qualquer frase de efeito, digo que tenho pessoas próximas com deficiência, portanto, não falo de longe. Ademais, não vou deixar que minha ajuda, quando necessária, seja ideologizada.

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Se for prestar auxílio a uma pessoa, tome cuidado com ela, mas também com você, afinal de contas, a patrulha está de olho e vê ódio em tudo, menos nela própria. E você, leitor, acha que a propaganda é insensível? Que ajudar pessoas com deficiência é preconceito?