O famoso advogado Alan Dershowitz foi entrevistado na CNN, com direito a um debate com seu ex-aluno e especialista legal da emissora, Jeffrey Toobin. O clima, porém, esquentou quando Toobin acusou o mentor de ser partidário a favor de Trump. Dershowitz rebateu com firmeza, lembrando que defende a mesma postura para investigações de presidentes há anos, com um comitê bi-partidário independente para evitar viés político.
No caso em questão, do suposto conluio de Trump com os russos, Dershowitz diz que era melhor ter um grupo independente avaliando qualquer influência russa nas eleições, em vez de uma turma partidária buscando a todo custo algum tipo de crime cometido por Trump, como aconteceu. Ao ser chamado de pró-Trump por isso, Dershowitz lembrou que defende a mesma postura há décadas, que disse o mesmo sobre Clinton, sobre Netanyahu em Israel, e trouxe à tona críticas feitas ao atual presidente republicano. Vejam um trecho:
“Como pode você estar ‘dourando a pílula’ para Trump em toda ocasião no último ano?”, perguntou o especialista da CNN. “Você não era assim, e agora tem feito isso várias vezes em situações que claramente apontam para conflito de interesses”, acusou. “O que aconteceu com você?”, cobrou do entrevistado em tom de denúncia.
Dershowitz, contudo, não passou recibo, quis saber qual conflito de interesses era esse, uma vez que tem feito críticas abertas a algumas decisões de Trump que condena, como no banimento de muçulmanos, e reforçou que essa tem sido sua postura por 50 anos, como Toobey deveria saber, já que foi seu aluno. “Eu nunca me desviei disso”, disse o advogado. “Mas agora que o fato se aplica a Trump, e não a Clinton, pessoas como você têm se virado contra mim”, desabafou.
“Você não compreende que o princípio demanda o bi-partidarismo e o não-partidarismo?”, devolveu Dershowitz. “É esse que sou, e que tenho sempre sido”, acrescentou. “Eu tenho sido completamente consistente e imparcial, e Jeffrey, você não!”, concluiu.
O viés anti-Trump predominante na CNN é público e notório, a ponto de a emissora “progressista” ter o apelido de Clinton News Network aqui nos Estados Unidos. A imparcialidade mandou lembranças. Se o sujeito defende a mesma postura quando se trata de Clinton ou de Trump, isso é inaceitável para os “especialistas” do canal. Afinal de contas, é claro que Trump é muito pior, e por isso precisa estar sujeito às leis e regras que não necessariamente deveriam valer para Clinton, uma “pessoa do bem”.
A esquerda americana matou o conceito de república.
Rodrigo Constantino
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