Descontentes com uma norma da escola que proíbe o uso de shorts, centenas de alunos do Colégio Anchieta, de Porto Alegre, se reuniram na manhã desta quarta-feira para protestar contra a medida. Munidas de cartazes e com as bochechas pintadas com listras pretas, as alunas usaram o recreio para entoar hinos criados em grupos do Facebook e do WhatsApp, com mais de 300 membros e também para fazer um minuto de silêncio.
A manifestação ocorreu no dia seguinte à criação de um abaixo-assinado online, que relaciona a proibição dos shortinhos à cultura de violência contra a mulher. No texto, as meninas fazem um apelo à escola: “deixe no passado a mentalidade de que cabe às mulheres a prevenção de assédios, abusos e estupros; exigimos que, ao invés de ditar o que as meninas podem vestir, ditem o respeito”.
Eis aí o retrato da geração “mimimi” e do feminismo. As moças só querem saber do “direito” de expor cada vez mais partes de seus corpos, e não aceitam os efeitos naturais disso. Vai estimular a cobiça sexual do colega? Problema dele. Vai atrair assobios e cantadas? O “predador” sexual deve ser punido. Vai ser vista como uma menina fácil, “da vida”, como uma vagabunda? Inaceitável, e é preciso intervir até na opinião dos garotos. Ninguém tem mais o direito de pensar nada, pois elas têm o direito de confundir escola com Sapucaí impunemente.
Que a exposição das coxas e do bumbum pode prejudicar a concentração dos alunos nas aulas, isso não importa. Que qualquer local possui seu código de conduta, e que isso inclui vestimenta, isso não importa. Absolutamente nada pode ficar entre o desejo dos jovens e seus atos, pois isso seria “fascismo” típico de uma sociedade opressora machista. É preciso dar vazão a todos os instintos, sem que isso mexa com os instintos dos outros depois. Qual o próximo passo? Lutar pelo “direito” de ir com os peitos de fora? Greg iria aprovar…
Aquele que pensa que exagero e apelo para o reductio ad absurdum precisa entender a essência do problema: se nenhum limite pode ser imposto de fora pois isso seria opressor, então qual é o limite? Se uma aluna quiser ir de biquini ela pode? Por que não? E se ela quiser ir de minissaia e sapato alto, pode? Barrá-la seria opressão fascista, intolerância, preconceito? No mundo em que não se pode mais julgar nada nem impor limite algum, então o céu – ou o inferno – é o limite. Alguém fica surpreso com teses de mestrado sobre funqueiras e alunas rebolando até o chão dentro das salas de aula?
Na escola pública americana da minha filha, é vetado ir com o umbigo de fora. Se as alunas aparecerem de shortinho e blusinha, para desfilar sua insegurança diante dos rapazes, serão convidadas a ir embora para casa, e os pais serão notificados. Mas há quem pense que tudo isso é absurdo, que cada um deveria ter a “liberdade” de ir como bem entendesse, que impor qualquer limite às roupas é coisa de ultraconservador reacionário. São normalmente os mesmos que acham que clubes particulares não podem obrigar babás a usar uniforme, pois isso seria “elitismo” opressor.
Cada um faz o que bem entender e ninguém tem nada com isso. É a essa visão infantil e mimada que se resumiu o “liberalismo” moderno? Por isso a importância de uma aliança de liberais clássicos com os conservadores de boa estirpe, como defendo em meu novo curso online, que começa dia 14 de março. Alguns “libertários” só querem saber de libertinagem, e acabam bancando os inocentes úteis dos esquerdistas.
A “educação” está uma porcaria, as escolas e universidades estão tomadas por marxistas, o Brasil é o patinho feio no ranking internacional do PISA, o comunista Paulo Freire é o “patrono” de nossa educação, e tudo que as jovens conseguem se preocupar é com o “direito” de usar short cada vez menor, no país do funk indecente como algo “cool” para as “patricinhas”. Nossa civilização está mesmo em declínio…
Rodrigo Constantino
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