Por Erick Silva, publicado pelo Instituto Liberal
Nos últimos dias, circulou na imprensa a notícia de que o programa de televisão “Amor e Sexo”, comandado por Fernanda Lima desde 2009, não possuirá uma nova temporada em 2019. A informação, segundo o site “Nos Bastidores”, é de que o principal motivo para o cancelamento é a baixa audiência (o programa global constantemente fica em segundo ou em terceiro lugar no Ibope), o que fez com que os fãs do programa culpassem o “ultraconservadorismo” do cidadão brasileiro, que rejeitou as pautas progressistas do programa e o excesso de militância embutido no mesmo. Mas por que “Amor e Sexo”, que chegou a fazer sucesso nos primeiros anos, passou a ter problemas de audiência?
O programa “Amor e Sexo” é o retrato da esquerda brasileira nos dias de hoje: temas que poderiam trazer um bom debate sendo empurrados goela abaixo da sociedade como se o povo tivesse o dever de concordar com o que eles falam.
Obviamente esse tipo de comportamento traz consequências: quanto mais truculento for um agressor, a reação da vítima será maior. Observamos este caso nas eleições de 2018: o lado esquerdo agiu de maneira truculenta no primeiro turno, intimidando e patrulhando as pessoas em uma espécie de macarthismo do século XXI, de forma a que os cidadãos fossem coagidos a eleger candidatos progressistas. O resultado: o Brasil elegeu a maior bancada conservadora dos últimos anos. O PSL, partido do presidente eleito Jair Bolsonaro e alinhado com as ideias conservadoras, conseguiu eleger 52 deputados federais, 4 senadores e 3 governadores, impondo à esquerda uma derrota acachapante nas urnas.
O fato é que a sociedade brasileira não ficou conservadora do dia para a noite. Na verdade, o brasileiro sempre foi conservador, mas aceitava ver a Carla Perez dançando de maneira sensual nos domingos à tarde, juntamente com a banheira do Gugu, e às sextas-feiras a noite assistia à Tiazinha e à Feiticeira no Hora H da Band, pois isso era o divertimento do povo: relaxar depois de uma extenuante semana de trabalho. O próprio “Amor e Sexo” foi um programa de sucesso nas suas primeiras temporadas.
A questão não é o discurso, mas a forma como esse discurso é apresentado. Isso explica o fracasso de “Babilônia”, uma novela que focou mais na “lacração” e na militância exacerbada do que em apostar em uma boa história, e o sucesso de “A Força do Querer”, que abordou a transsexualidade e a diversidade LGBT, mas que focou em apresentar uma trama interessante ao público, sem desrespeitá-lo nem tratá-lo como o mal na terra.
Caso a Rede Globo queira dar uma nova chance ao programa “Amor e Sexo”, tem que fazer alterações. Esquecer o discurso lacrador, trazer as temáticas polêmicas em forma de debate, não imposição e, principalmente, voltar a buscar o entretenimento. Mas, a julgar pela atitude dos membros e dos fãs do programa, preferem jogar a culpa na “sociedade utraconservadora”.
*Sobre o autor: Erick Silva é graduando em Administração pela UFRRJ