Aquela cena patética de Geraldo Alckmin nas eleições de 2006 ainda está na memória de muitos. O tucano, “acusado” de “privatista” pelos petistas, cedeu e virou um outdoor ambulante das estatais, colocando broches e boné das principais empresas do estado para não ficar com a pecha de defensor da economia de mercado. Tucanos costumam ser assim mesmo: como não têm convicção no liberalismo e são, no fundo, da esquerda social-democrata, não suportam o ataque vindo da esquerda radical que tenta jogá-los para a direita.
A reação de Alckmin foi um fiasco total, e ele conseguiu ter ainda menos votos no segundo turno. Mas parece que o governador paulista não aprendeu a lição. Leio na Folha hoje que ele tem se aproximado bastante dos criminosos do MST, de olho em 2018. Será que ele pensa ser possível mesmo atrair os simpatizantes do MST e colocá-los contra o PT? Quando um tucano tenta ser mais de esquerda do que os radicais de esquerda, ele normalmente consegue somente uma coisa: desagradar sua base de eleitores sem conquistar os xiitas, que ficam sempre com PT ou PSOL e chamam o PSDB de “ultra-liberal” (risos). Eis trecho da reportagem:
As iniciativas do governo tucano integram uma agenda criada em conjunto com o MST em 2013. Depois de uma reunião com Aparecido e Gilmar Mauro, o governador convocou, em 2014, seus 27 secretários para um encontro com uma comissão do MST.
De lá saiu uma lista de projetos que inclui a construção de moradias populares no campo, concessão de terras devolutas a assentados rurais e a construção de uma escola técnica de agroindústria em Itapira, no norte do Estado.
Desde então, Mauro tem encontros mensais com o chefe da Casa Civil de Alckmin para discutir o andamento das políticas pró-assentados.
[…]
Presidente da Sociedade Rural Brasileira, Gustavo Junqueira, com trânsito no governo paulista, classifica como “erro” a aproximação de Alckmin com os sem-terra.
“O governador não está explicando para as classes produtiva e urbana as motivações dessas políticas. Ou é só compra de voto?”, questiona, defendendo que a questão agrária seja vista pela perspectiva econômica.
Comparando o MST ao ETA, grupo separatista radical basco, e às Farc, da Colômbia, Junqueira afirma que o “oportunismo” do tucano abre margem para perda de apoio da classe produtiva. “No fundo, damos palanque a esse movimento terrorista, que é parte importante da base do governo federal.”
O ruralista está certo! O MST precisa ser tratado como inimigo da democracia, da liberdade, pois seus métodos são inaceitáveis. O movimento “social” não passa de um braço armado do PT no campo. Aliar-se ao MST é fazer pacto com o Diabo, e isso nunca acaba bem. Entre destruição de laboratórios, invasão de propriedades particulares, intimidação, pregação marxista e tudo mais que essa corja faz, há ainda a doutrinação criminosa de crianças, os “sem-terrinha”, como podemos ver aqui:
Como se aproximar dessa gentalha? O ex-governador de São Paulo e vice-presidente do PSDB Alberto Goldman admite que as políticas de Alckmin voltadas para o MST visam a eleição de 2018: “O objetivo de Geraldo é se apresentar como uma figura que pode trazer paz para o país, com uma política mais consensual e com capacidade de negociação”. Para ele, o tucano não corre risco de perder apoio de sua base eleitoral, já que a outra alternativa que se apresenta é o PT.
Por isso os tucanos morrem de medo do Partido Novo. Eles se acostumaram a esse joguinho de esquerda light por saberem que os liberais e conservadores não tinham alternativa mesmo, precisavam votar (de nariz tampado) nos tucanos. Mas com candidatos mais à direita, que não temem assumir bandeiras liberais e/ou conservadoras, isso vai mudar. E o maior prejudicado será justamente o PSDB, que não terá os votos da extrema-esquerda, que sofreu lavagem cerebral e prefere os partidos mais radicais como PT e PSOL mesmo, nem os votos dos liberais e conservadores.
Se o PSDB continuar dando uma no cravo e outra na ferradura, se insistir em acender uma vela para Deus e outra para o Diabo, vai acabar sem agradar nem gregos nem troianos. Vai acabar no limbo, ou em cima do muro, seu lugar preferido. Não dá para flertar com invasores do MST e achar que tal estratégia será impune. Quem veste um boné do MST jamais terá meu voto!
Rodrigo Constantino