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Apple atinge a marca de um trilhão de dólares de valor de mercado
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Emendando três pregões de alta, a Apple se tornou nesta quinta-feira (2) a primeira empresa a atingir US$ 1 trilhão em valor de mercado em Wall Street.

Os papéis da gigante tecnológica eram negociados a US$ 206,965 às 12h54 (horário de Brasília), alta de 2,71%. O desempenho puxa o índice de tecnologia Nasdaq, que sobe 0,74%, enquanto o Dow Jones, principal indicador de Nova York, perde 0,27%.

Na terça-feira (31), a Apple reportou alta de 32% no lucro do seu terceiro trimestre fiscal (findo em junho), para US$ 11,5 bilhões (cerca de R$ 43,2 bilhões). No dia seguinte à divulgação do balanço, as ações da empresa dispararam 5,89%.

O crescimento da Apple continuou a acelerar puxado pelo aumento do faturamento da empresa com seu carro-chefe: o iPhone.

Um trilhão de dólares! Uma única empresa! O que essa notícia nos leva a refletir é sobre a era moderna do capitalismo, em que o capital humano é, de longe, o insumo mais valioso. Esqueçam vastas terras, como os fisiocratas consideravam sinônimo de riqueza no passado. Esqueçam maquinário pesado, indústria de porte. São ideias, basicamente, que movem o mundo moderno.

O legado de Steve Jobs é uma empresa inovadora, obcecada pelos detalhes e pela liderança na vanguarda do mercado tecnológico, sempre tentando trazer ao cliente aquilo que ele nem sabe ainda que precisa (e às vezes nem precisa).

Mas uma coisa é fato: se a Apple tem um trilhão de valor de mercado, isso se deve ao elevado grau de satisfação dos seus clientes, dos consumidores. Afinal, foram trocas voluntárias que permitiram esse marco, a cada momento em que alguém entra numa loja, deixa dinheiro e sai com um produto sonhado. Não há exploração, roubo, coerção, privilégios estatais, nada daquilo que costuma explicar a riqueza de certos magnatas latino-americanos em conluio com governos.

Outro ponto interessante: devemos tomar muito cuidado com os “especialistas”, aqueles que tentam prever o futuro dos mercados. Assim como Marx cantava o fim do capitalismo desde sempre, há quem antecipe o fim dos impérios. Um dia acertam, pois nada dura para sempre. Mas até lá, podem passar bastante vergonha também…

Por fim, essa notícia deveria servir para que Trump refletisse sobre seu ranço mercantilista. Ele considera que cada déficit comercial é roubo, como se o grosso do valor do comércio global ficasse para as indústrias chinesas. Nada mais falso. O real valor não está na produção dos bens, e sim em sua criação. As fábricas chinesas ficam com uma parcela menor, enquanto a Apple absorve o filé mignon da cadeia produtiva. Há um trilhão de argumentos para entender isso…

Rodrigo Constantino

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