A desinformação continua em nossa imprensa, com vários “jornalistas” traduzindo literalmente “liberal” nos Estados Unidos como liberal mesmo, ou seja, criando uma falsa dicotomia entre liberalismo e conservadorismo que repete a tática da esquerda americana, que deliberadamente usurpou o termo dos liberais clássicos. A Folha tem sido o jornal mais ativo nessa importação indevida, e hoje foi a vez de Elio Gaspari cometer o mesmo equívoco, numa notícia que mostra, inclusive, o grau do viés ideológico nas universidades americanas:
Baseado em números do Higher Education Research Institute da Universidade da Califórnia, o americano Samuel Abrams descobriu que a proporção de professores liberais e conservadores nas escolas da costa Nordeste dos Estados Unidos é de 28 para um. Isso mesmo, na região onde ficam Nova York e Boston, para cada conservador há 28 professores liberais.
No Sul, bastião do conservadorismo, os liberais continuam na vantagem de três para um.
O desequilíbrio na formação dos estudantes agravou-se na última década do século passado. Nas palavras de uma professora, “hoje, os progressistas já não acham que os conservadores estão errados, eles acham que você é perigoso.”
Os liberais sabem muito, mas quando Donald Trump torna-se presidente dos Estados Unidos devem pensar em aprender alguma coisa.
Alexandre Borges ironizou a ignorância ou má-fé da turma:
Madame Natasha está oferecendo bolsas de estudos para colunistas de jornal que ainda não sabem que “liberal”, como usado nos EUA e no Canadá, é “esquerdista” na Europa e no Brasil. Traduzir “liberal” deste jeito literal é como achar que “push” e “puxar”, “actually” é “atualmente”, “college” é “colégio”, “lunch” é “lanche”, “parent” é “parente” e “library” é “livraria”. Ou que Obama é “liberal”.
Pois é: Obama é tão liberal quanto eu sou especialista em física quântica. Mas esse equívoco insistente tem método. Começou e se intensificou bastante à medida que a esquerda liderada pelo PT se mostrou um retumbante fracasso na gestão de nosso país. Com a esquerda chamuscada, com o socialismo completamente manchado após o petismo e o experimento venezuelano, é preciso ocupar o espaço dos liberais, que vêm crescendo na defesa de seus ideais no país.
Por isso esses jornais com claro viés de esquerda tentam forçar a barra nessa dicotomia entre liberais e conservadores, fazendo desaparecer num passe de mágica o esquerdismo, absorvido falsamente pelo liberalismo. Como se liberal fosse defensor de cotas raciais, de mais estado, de “minorias” coletivistas, de subversão de valores morais, de aborto, de welfare state etc. Não! Obama só é um liberal na cabeça oca de quem não entende absolutamente nada de liberalismo!
Sou presidente do Conselho do Instituto Liberal e posso atestar: esses “liberais progressistas” de esquerda passaram mais longe do liberalismo clássico do que Plutão da Terra!
Rodrigo Constantino
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