O Brasil cada vez mais cultua a mediocridade. Fato lamentável, que tenho comentado aqui. Já o fiz inclusive com base em um texto de João Ubaldo Ribeiro, um dos grandes que perdemos recentemente, em que lamentava a adulteração da obra de Machado de Assis para ficar mais “popular”.
Pois bem: dessa vez vai um curto comentário de outro grande que perdemos recentemente também, Ariano Suassuna. Nele, o escritor se mostra chocado com o baixo nível de nossos músicos idolatrados, e constata o óbvio: se qualquer porcaria recebe o rótulo de “genial”, o que diremos sobre Beethoven? Vejam:
httpv://youtu.be/APeIWKVCLek
Gosto é subjetivo e cada um tem o seu. Não desejo impor minhas preferências aos demais. Mas sou contra também o excessivo relativismo estético, aquele que prega que “tudo é arte”, o mesmo que dizer que nada é arte.
Precisamos voltar a valorizar certa hierarquia nos talentos artísticos, compreender que há, sim, distinção de qualidade entre certos músicos, escritores, escultores, pintores e artistas em geral. Aceitar essa ideia moderna de que todo lixo é arte também e que tudo é “apenas diferente” é enaltecer o ruim e, por tabela, punir o bom. Não!
Rodrigo Constantino