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As faxineiras oprimidas e desamparadas dos Estados Unidos

Qual a premissa por trás de tanta regulação estatal no mercado de trabalho brasileiro? Por que tanta gente aplaude quando o governo cria benefícios, impõe um salário mínimo elevado, obriga o empregador a conceder férias remuneradas, limitar a quantidade de hora trabalhada, etc? O que motivou o governo a criar a nova Lei das Domésticas, que nem pegou ainda, pois falta um monte de definição?

O que explica toda essa parafernália burocrática em nosso país é a visão predominante de que o patrão é invariavelmente um explorador, e que cabe ao governo proteger os pobres trabalhadores, pois se deixar o mercado livre funcionar, acabarão como escravos ou algo parecido. Ou seja, é a ideologia marxista que está por trás de nossas engessadas leis trabalhistas, que supostamente protegem os trabalhadores. Mas protegem mesmo?

Bom, seria o caso de perguntar quantas americanas tentam ir de qualquer jeito para o Brasil gozar dessas regalias todas, e comparar com a quantidade de brasileiras que tentam a vida melhor nos States, sem essas vantagens legais todas. Que tal fazer isso? E que tal ver como vivem as brasileiras nos Estados Unidos, aquelas que trabalham como domésticas ou diaristas? Quem fizer esse simples exercício nunca mais vai defender o modelo brasileiro, que confunde leis no papel com a realidade do mercado.

Dou aqui meu próprio exemplo. Hoje recebi a faxineira que fará a limpeza geral e pesada antes de eu efetivamente me mudar para a casa. Ela foi ver o local para fazer um orçamento do trabalho. O valor acertado ficou em US$ 250, e para serviço fixo semanal ela cobra entre US$ 120 e US$ 140 (por dia). Ou seja, se ela tiver dois clientes por dia, e trabalhar cinco dias por semana, ela ganhará algo como US$ 1.300 por semana, ou mais de US$ 5 mil mensais. Eis o carro que ela chegou dirigindo:

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Trata-se de um Nissan X-Terra, um carro que não sai por menos de R$ 40 mil no Brasil, usado. Alguém acha estranho ela dispensar as vantagens todas que o estado brasileiro impõe ao empregador e vir tentar a vida na Flórida, sem qualquer regalia ou sem sindicatos “lutando” por seus interesses e direitos? Será que ela é louca por abrir mão de tanta “conquista trabalhista” assim?

Pobres faxineiras oprimidas e desamparadas nos Estados Unidos. Que bom que aquelas no Brasil podem contar com nosso governo e nossos sindicatos para cuidarem bem delas…

Rodrigo Constantino

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