A Comissão da Verdade mais parece a Omissão da Verdade ou a Comissão da Inverdade, pois, ao ignorar um lado todo da equação, acaba produzindo um resultado totalmente enviesado e parcial. Tornou-se, na prática, o instrumento de uma campanha oficial daqueles que sonhavam com uma ditadura comunista nos anos 1960 e hoje chegaram ao poder. Querem se vender como heróis que lutavam pela democracia. Nada mais falso.
O “argumento” utilizado para se ignorar as vítimas dos terroristas de esquerda é que estes já teriam sido julgados e condenados. Mentira. Estão livres, leves e soltos, e alguns no alto escalão do poder político. As famílias dessas vítimas de terroristas jamais tiveram compensação, ou ao menos nada perto da verdadeira indústria de indenizações dos próprios ex-terroristas. Quem fala em acabar com a Anistia, por exemplo, deveria ter em mente que os terroristas também teriam de pagar por seus crimes.
Um deles tirou a vida de três inocentes na Casa de Saúde Dr. Eiras. Foram alvos de tiros de metralhadora para um assalto que financiaria novos atos terroristas em nome do comunismo. O filho de um dos seguranças mortos no atentado escreveu um comovente relato publicado hoje na Folha. Jaime Edmundo Dolce faz um breve resumo da trajetória profissional de seu pai, e mostra como ele foi morto sem qualquer ligação com o regime militar ou torturadores do Estado. E dá nome aos bois:
Na época eu tinha 10 anos e meus irmãos, 13, 12 e 8. O grupo terrorista invadiu a clínica onde ele trabalhava para roubar cerca de 100 mil cruzeiros, que seriam pagos aos funcionários. Para realizar o assalto, mataram meu pai e outros dois colegas, Silvino Amancio dos Santos e Demerval Ferreira. O enfermeiro Almir Rodrigues de Morais e o médico foram feridos.
Meus irmãos e eu nos tornamos quatro das 21 crianças que ficaram órfãs de pai depois da chacina promovida pelos terroristas da ALN.
[…]
No final das contas, não fomos amparados por ninguém, nem pela Casa de Saúde Dr. Eiras nem pelo governo militar. Minha família recebeu apenas os direitos trabalhistas do meu pai. Só isso.
Dos terroristas que assassinaram meu pai, dois estão vivos: Sônia Hipólito, servidora da Câmara dos Deputados, e Flávio Augusto Neves Leão Salles, que vive hoje no Pará.
Minha família, apesar de todo o estrago que foi feito, hoje vive em paz. Eu espero apenas que não se faça a revisão da Lei da Anistia, como querem aqueles que defendem os terroristas de esquerda.
Meu pai não era agente da ditadura, não torturou ninguém, não caçou comunistas. Teve o azar de estar no lugar errado, na hora errada. Quando ouço alguém falar em revisão da Lei da Anistia, fico enojado. Se a lei for revista, minha mãe, aos 79 anos, terá a chance de ver julgados os assassinos de meu pai?
Sabemos a resposta: não terá. O que os ex-terroristas chamam de “justiça” é seu oposto. Querem redimir os terroristas, pintar os comunistas daquela época como heróis democratas, e para isso precisam colocá-los como vítimas inocentes de uma cruel e assassina ditadura militar. Tentam reescrever a história. Mas não podem apagar as manchas de sangue inocente que deixaram pelo caminho…
Rodrigo Constantino
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