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O deputado Jair Bolsonaro postou em sua página do Facebook:

Rodrigo Constantino acaba de retirar de seu blog “área de comentários”, alegando que meus seguidores, “sob meu comando” invadiram seu site com mensagens de apoio, quase sempre sem argumentos… Digo a todos que não tenho a “meu comando” fiéis seguidores, como Reinaldo Azevedo há poucos dias denunciou o acampamento de “guerrilheiros virtuais” de petistas, ora treinando para atacar a oposição. 

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Lamentavelmente, Rodrigo Constantino, com sua decisão e infundada acusação, demonstra quem é o radical e não aceita a liberdade de expressão como força máxima da democracia. Levo pancada de todo mundo, mas Constantino não aceita ser contrariado.

Tenho que ensinar ao deputado o que é liberdade de expressão e democracia? Sério? Porque posso adiantar que essa é a mesmíssima crítica que muitos petistas fazem, o que apenas reforça a tese de que muitos seguidores mais radicais do Bolsonaro são apenas petistas com o sinal trocado (tanto que muitos eram petistas). Vamos lá:

Esse blog é propriedade particular. Ou seja, eu não estou ferindo a liberdade de expressão de ninguém quando recuso comentários ou crio minhas regras de moderação. O sujeito é sempre livre para criar seu próprio blog. Não é censura quando você não aceita ser xingado em sua casa, entende?

A democracia, então, não tem absolutamente nada a ver com isso. A democracia não é e não pode ser a simples tirania da maioria, e muito menos a tirania de uma minoria organizada e barulhenta. A propriedade privada é muito mais importante do que isso.

Dito isso, é ridículo afirmar que não aceito ser contrariado. Quem acompanha meu blog sabe muito bem que aceito todo tipo de crítica, desde que construtiva. Ou seja, quer me contrariar com argumentos, perguntas ou fatos, fique à vontade. Não sou o dono da Razão, sou um liberal em busca da verdade, e por isso mesmo respeito tanto o livre debate. Mas ser contrariado é uma coisa, outra, bem diferente, é ter o blog invadido para impedir o debate. A acusação é ainda mais patética quando se percebe que eu aprovei centenas dessas mensagens. Mas chegou um momento em que eu não conseguia fazer mais nada…

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Eis o que realmente aconteceu: o deputado Jair Bolsonaro publicou o link do meu texto em sua página e pediu que seus seguidores entrassem e comentassem. Coloquei a imagem para provar. Pois bem, por isso eu disse que estavam sob seu comando. Receberam a “ordem” do Messias. Eu não pedi para nenhum seguidor meu ir em sua página comentar ou me defender. Não preciso e não gosto de manadas.

Sobre a “censura”, vou tentar explicar uma vez mais: sou o único moderador desse blog. Recebo de 500 a mil comentários por dia, e isso toma boa parte do meu tempo. É tempo em que não estou lendo ou produzindo novos textos.

Pois bem: os “soldados” fiéis do deputado Bolsonaro, como eles mesmos se identificaram em muitos casos, simplesmente lotaram minha caixa de mensagens com centenas de comentários que não trazem argumento algum. Apenas mensagens de apoio, um tanto similares entre si, de maneira robótica. Coisas como “Estou com Jair Bolsonaro!”, “Bolsonaro me representa!”, “Aqui somos 20 na família por Bolsonaro!”, “Por Bolsonaro trabalho de graça na campanha!”, etc.

Pergunto: o que isso agrega ao debate? Algum contraponto aos meus argumentos? Nada. Zero. Pura poluição, para o deputado, em seguida, repetir como fez na Câmara sobre o blog de meu vizinho Lauro Jardim que a maciça maioria dos comentários era em seu favor. Estratégia que o PT usaria! Por que isso? Marketing pessoal escancarado? Ficar em evidência?

Tudo isso tem feito apenas eu reavaliar o apoio ao deputado Bolsonaro, mesmo limitado. Que atitude é essa, deputado? Pergunto aos leitores: se eu publicar um texto atacando o PT e a turma do MAV enviar centenas de mensagens dizendo apenas “Estou com Lula!”, “Viva Dilma!”, “O PT me representa!”, e eu perder metade do dia moderando isso, devo seguir em frente? Devo aprovar todas as exaltações de apoio fanático e sem argumento algum que agregue ao debate?

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Pois é… então não venham apelar para teorias conspitarórias ou afirmar que o blog está “vendido”, pois essa estratégia é manjada e digna do próprio PT que desejamos derrotar. Aqui não tem duplo padrão: eu sigo meu bom senso e defendo os interesses dos meus leitores, que querem a área de comentários livre de poluição para debates construtivos. Ficou mais claro?

PS: Naturalmente, esse texto também não contará com a área de comentários, pelos motivos citados acima. Mas o leitor sempre pode medir o grau de apoio pela quantidade de curtidas silenciosas…

PS2: Tem alguns seguidores do Bolsonaro, da ala fanática, falando que critiquei a defesa que ele fez da censura às biografias não-autorizadas, mas que censuro os comentários aqui. Eu seria um hipócrita. Não entenderam NADA! Eu faço minhas regras no meu blog apenas, e todos são livres para me criticar fora dele à vontade, como quiserem. Bolsonaro deseja proibir qualquer biografia não-autorizada (a única que presta, pois autorizada é extensão de marketing pessoal), que não poderia ser publicada nem vendida. Essa gente não consegue entender a diferença? Aí complica…

Rodrigo Constantino