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Primeiro ato falho: o PT, em nota oficial assinada por seu presidente Rui Falcão, lança Delcídio do Amaral, líder do Senado pelo partido, na cova do leão, alegando que o senador não agia em nome do partido quando teve a reunião em que uma eventual fuga para Cerveró é arquitetada.

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Trata-se de clara mudança de tom em relação aos tesoureiros do partido presos e condenados, ou a José Dirceu, também preso. Esses tiveram a defesa oficial do PT, pois, pelo que diz Falcão, atuavam “em nome do partido”. Com tal nota, o PT confessa que as falcatruas pelas quais os demais petistas foram presos são consideradas atos de “atividade partidária”.

Segundo ato falho: o senador Delcídio do Amaral admite, segundo seu advogado, ter participado das reuniões em que a Polícia Federal possui os áudios, mas alega inocência. Ou seja, o petista admite que a voz é sua (o que não daria para negar mesmo), mas se julga inocente da acusação de tentativa de obstruir a Operação Lava Jato.

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Como é possível isso? Sua voz trama uma fuga de Cerveró para a Espanha em operação cinematográfica, mas o homem é inocente? Algo análogo a um estuprador pego em flagrante por uma câmera de segurança que admite ser ele nas imagens, mas se diz inocente do crime. É um espanto!

É como se ele dissesse: “Sim, sou eu mesmo tramando a fuga do diretor da Petrobras, mas eu não fiz nada contra a Operação Lava Jato. Era apenas um passeio às escondidas que queríamos dar ao coitado, que voltaria depois, voluntariamente, à prisão”. Os petistas adotaram mesmo o escárnio e o cinismo como marcas registradas…

Rodrigo Constantino