Leiam esta notícia, volto já:
A ANFIP, a Fenafisco (Fisco Estadual e Distrital) e a APCF (Peritos Criminais Federais) formalizaram nesta segunda-feira (11/12) uma representação à Procuradoria Geral da República (PGR) para que sejam apuradas possíveis conexões entre a propaganda oficial do governo pela aprovação da reforma da Previdência e vídeos viralizados pelo Movimento Brasil Livre (MBL) utilizando, como argumento central, informações com conotação pejorativa aos servidores públicos.
A linguagem utilizada pelas divulgações explicita a relação de apoio, o que leva à necessidade de se investigar se o governo, direta ou indiretamente, financiou com recursos públicos o MBL. As entidades consideram que é importante recomendar às autoridades federais que se abstenham de buscar apoio fora dos limites institucionais.
“O que se pretende investigar é o uso de recursos públicos para financiar por via obliqua propaganda do governo e a relação existente entre o Movimento e autoridades governamentais sobre todas as formas”, define a representação. O fundamento jurídico para a investigação é o art. 37 da Constituição Federal.
Neste contexto, em que as estratégias de comunicação do governo ultrapassam os meios convencionais e passam a utilizar ações veladas, ofensivas não só a servidores públicos, mas a pessoas específicas, a ANFIP reitera a importância de as instituições promotoras da Justiça, em defesa do bem da sociedade e do Estado Democrático de Direito, atuarem de maneira ampla e profunda em consideração ao conjunto da sociedade.
Eis um dos vídeos do MBL:
Lauro Jardim também divulgou a notícia:
As entidades apontaram dois indícios de que o governo poderia estar financiando o movimento em troca de apoio pela Reforma da Previdência.
O primeiro é que o MBL divulgou um vídeo com o conteúdo semelhante ao da campanha do governo, apontando a elite do funcionalismo público como a maior fonte de gastos do sistema previdenciário atual.
O segundo é uma notícia veiculada em um jornal dando conta de que auxiliares de Michel Temer teriam acompanhado com entusiamo os vídeos distribuídos pelo MBL.
Com base nesses argumentos, ainda frágeis, as duas associações pedem que seja investigado se o movimento está recebendo dinheiro público. Caso não esteja, pedem para investigar se não está agindo com conivência de Michel Temer, o que poderia configurar abuso de poder econômico.
Argumentos frágeis é bondade do colunista. Os auditores públicos citam o “tom pejorativo” dos vídeos do MBL, pois apontam um FATO: os servidores públicos representam uma camada privilegiada que custa muito caro ao sistema previdenciário? Não se pode mais mostrar fatos agora?
O outro “indício” é uma notícia de um jornal que diz que auxiliares de Temer “teriam acompanhado com entusiasmo os vídeos” do MBL? Isso é sério? Isso não pode ser sério!!! Mas lembramos que estamos no Brasil, um país que, definitivamente, não é sério. Isso é simplesmente bizarro!
Então um jornal diz que auxiliares do presidente curtiram o trabalho do MBL, e isso é motivo para se pedir uma investigação da PGR para averiguar ligações ilegais entre ambos? Que país é esse? Não seria razoável apresentar um mínimo de evidências para se pedir a abertura de uma investigação?
O governo Temer já usou numa campanha a capa do meu livro Privatize Já. Será que há um elo entre o governo e eu do qual desconheço? Será que se o governo ficar empolgado com algum texto meu defendendo, por acaso, um ponto de vista similar ao que ele prega isso demonstra ligação criminosa?
Os servidores públicos deveriam parar com o abuso de poder se não desejam ser retratados “de forma pejorativa” pelos liberais. Seria bem mais eficaz…
PS: No fundo ficamos com a sensação de que esse pedido de investigação é apenas uma peça de uma campanha difamatória para colar a imagem de “vendido” no MBL, acusação que vem da esquerda e da direita, pois não é possível que os responsáveis pensem que há algum embasamento para tal demanda.
Rodrigo Constantino
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