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Por Adolfo Sachsida, publicado pelo Instituto Liberal

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Os mercados estão com grande volatilidade: bolsa de valores, câmbio, juros futuros. Muita gente tem colocado isso na conta do processo eleitoral. Talvez estejam certos, de minha parte tenho outra explicação: a situação fiscal brasileira é péssima e a taxa de juros nos Estados Unidos irá subir. Essa é a origem real de nosso problema: a falta das reformas econômicas nos colocaram numa situação péssima.

O governo atual prevê uma sequência longa de déficits primários nos próximos anos, a reforma da previdência foi abandonada, as contas públicas de estados e municípios estão em situação igualmente complicada. Em resumo, nossa situação fiscal é péssima. Para complicar as coisas existem indícios de aumento nas taxas de juros americanas, o que poria pressão para aumento nas taxas de juros nacionais.

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Boa parte da instabilidade atual  dos mercados reflete nossa grave situação econômica. Claro que o processo político no Brasil sempre traz algum grau de instabilidade. Mas, em minha opinião, a origem da instabilidade atual é muito mais econômica do que política.

O Brasil precisa urgentemente aprovar um amplo conjunto de reformas: reforma tributária, ajuste fiscal, reforma da previdência, modernização da legislação trabalhista, desburocratização, privatização de empresas, abertura comercial, mudanças na legislação em prol de aumento da competição entre empresas, aprovar a agenda microeconômica, tudo isso aliado a um claro programa  de combate a inflação (a inflação é um dos maiores inimigos da população, em especial dos mais pobres). Também precisamos de uma revolução no nosso sistema educacional. Hoje grande parte dos alunos brasileiros tem dificuldades em ler, escrever e fazer contas simples. Precisamos urgentemente aumentar a produtividade no Brasil.

Para finalizar, os problemas brasileiros atuais se devem em grande parte a nossa frágil situação econômica. Sim, o processo político gera instabilidade. Mas não nos enganemos aqui: para voltar a crescer de maneira sustentada no longo prazo o Brasil precisa retomar sua agenda de reformas macro e microeconômicas.