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Ausência temporária e o Liberty Fund

Caros leitores,

Embarco hoje para Miami, se a chuva que alagou o Rio permitir, para participar de mais um colóquio organizado pelo Liberty Fund. Já deve ser o décimo que participo, mas fazia algum tempo que não ia, e confesso ter sentido falta.

Esses colóquios ocorrem sempre em ótimos hotéis, com uma lista de debatedores bem diferenciada. Gente de áreas distintas, com ótima formação. Empresários e intelectuais interessados em um puro debate de ideias.

Sempre em local aprazível, um grupo de 14 pessoas debate temas importantes, previamente definidos e com base em leitura recomendada. Há regras claras, hora para intervenções curtas ou longas, e foco nos argumentos.

Não é preciso sair com nenhum tipo de conclusão, de panfleto oficial, de ata convergente. É o debate pelo debate. E tudo isso bancado pelo Liberty Fund, que ainda paga um valor para cada participante. Não é incrível?

Tive experiências fantásticas nesses eventos, além de ótimas amizades que foram feitas. Um deles foi na vinícola Santa Rita, no Chile, para debater as tragédias de Shakespeare e Sófocles, além de uma ótica peça de Ibsen, com as tardes livres para belos passeios regados por Baco. Eu pagaria para estar lá! Mas recebi $ 900, além dos livros…

Como pode isso? Eis algo que brasileiro tem dificuldade de compreender. Pierre Goodrich foi um empreendedor de sucesso em Indianapolis, e tinha grande interesse pelo lado intelectual da vida. Era um liberal no melhor sentido do termo.

Quando morreu, deixou quase toda a sua fortuna para o Liberty Fund, que havia fundado em 1960. É com esse endowment que vários eventos, entre eles esses colóquios, são organizados todo ano.

Há ainda a venda de livros clássicos por preços subsidiados, não pelo governo, mas pela iniciativa privada. Já comprei vários para a minha biblioteca. Os clássicos estão quase todos lá. No Brasil, uma parceria com a TopBooks colocou vários desses livros à venda também. Recomendo.

O logo do Liberty Fund é a primeira palavra que se tem conhecimento para expressar o conceito de liberdade. Vem dos povos sumérios. Dá uma boa tatuagem para quem gosta. Usei na abertura do meu livro Liberal com Orgulho:

O tema desse colóquio será “Liberty and Enterprise in Latin America”, e as leituras sugeridas são ótimas. Tem Hernando de Soto, Alvaro Vargas Llosa, Michael Novak, entre outros. Os debates prometem, como de praxe.

Enfim, peço que compreendam o ritmo menos acelerado de publicação nos próximos dias. Além do colóquio, vou aproveitar a ida subsidiada a Miami e esticar para as compras de Natal, já que não sou rico e não posso ficar pagando o triplo do preço pelas mesmas coisas no Brasil.

Dentro das possibilidades, tento atualizar o blog de lá, nos intervalos. Mas podem ficar tranquilos, que não vou relaxar em relação aos escândalos do governo e às peripécias da nossa querida esquerda caviar.

Volto com mais intensidade em breve.

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