Minha filha me contou toda animada o susto que sua professora deu na turma essa semana. Ela começou a aula falando sobre um novo projeto que tinha que fazer, e que estava sendo testada e os seus alunos seriam como cobaias de laboratório também.
Abriu em seguida um powerpoint e falou que todos trabalhariam como um grupo coeso, onde ninguém poderia ser melhor que ninguém. As notas seriam todas iguais, em nome do igualitarismo, e todo mundo ia ter apenas um número dentro do grupo, sem nome. Ela garantiu ser verdade o teste, enquanto o pânico surgia no rosto dos adolescentes.
Foi só ao ver o horror tomando conta dos alunos que a professora revelou a farsa. Na verdade, era um livro que a garotada teria que ler. O livro tem uma história parecida, é uma distopia que mostra o terrível resultado do coletivismo, que anula o indivíduo. Trata-se de Anthem, uma das primeiras novelas de Ayn Rand, a filósofa russa naturalizada americana, e criadora do Objetivismo.
Na trama, Equality 7-2521 era um jovem de 21 anos que só sabia pronunciar “nós”, já que fora criado numa sociedade coletivista que ignorava o conceito de “eu” e condenava aquele que fazia muitas perguntas. Mas, durante seu trabalho, ele encontrou Liberty 5-3000, uma menina de 17 anos por quem se apaixona. A partir daí eles vivem uma perigosa aventura em busca da liberdade.
O livro exerceu influência em várias áreas culturais, incluindo um álbum da banda de rock progressivo Rush, que tem uma música com o mesmo nome. Neil Peart já admitiu a influência de Ayn Rand, ainda que inconscientemente, pois leu a obra da autora. Ayn Rand é, de fato, uma das pensadores que mais influenciam os jovens americanos.
Enquanto os militantes comunistas disfarçados de professores usam a sala de aula no Brasil para fazer campanha partidária e gritar “Lula Livre” ou enaltecer o “herói” Che Guevara, eis que os adolescentes estão aprendendo sobre a importância do indivíduo livre na high school americana. Alguém fica surpreso com a diferença entre os dois países?
Rodrigo Constantino