A legalização da maconha no Uruguai foi celebrada de forma precoce pelos libertários. Em primeiro lugar, não era uma legalização em si, mas uma estatização. O governo, que é sempre incapaz de atuar de forma eficiente como empresário, quer ser o controlador da oferta da erva. Estatal da maconha: alguém acha que isso pode realmente funcionar? Só se estiver muito chapado…
Agora, ao que parece, vem o resto da fatura: a extensão dos tentáculos estatais sobre o setor de bebida alcoólica. Como relata o jornal O Globo, o presidente Mujica quer colocar todo o setor sob os cuidados do governo:
O texto prevê a proibição da venda de bebidas alcoólicas em todo país entre 22h e 8h, à exceção de estabelecimentos que tenham licença. Se aprovado, o projeto também impedirá a comercialização em “centros educativos, locais onde haja eventos esportivos ou espetáculos culturais”. Promoções capazes de alavancar o consumo, como as feitas no chamado happy hour (os clássicos encontros após o horário de trabalho) e incentivos como o refil – sistema pelo qual o cliente paga apenas uma bebida e pode repeti-la quanta vezes que quiser – também ficariam proibidas.
– A proposta causou surpresa e muitos já se perguntam até onde chegará esta onda de reformas e interferência do Estado na vida das pessoas – comentou o jornalista Dario Isgleas, do diário uruguaio “El País”.
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Se o projeto se tornar lei, também serão reforçadas as medidas para impedir a venda de álcool a menores de idade e diferenciar claramente as bebidas não alcoólicas nos supermercados. Através de uma Unidade Reguladora de Bebidas Alcoólicas, o Estado uruguaio regularia “as atividades de distribuição, comercialização, consumo, promoção, patrocínio e publicidade de bebidas alcoólicas”.
Esse avanço estatal é muito preocupante. Não só ele tende a aumentar muito a corrupção e a ineficiência, como ele ameaça a liberdade individual. O excesso de tutela paternalista representa um poder tirânico nas mãos dos governantes, sempre em nome do “bem-geral”.
O álcool é ingerido há pelo menos sete mil anos pelos homens, e até deuses foram criados para representá-lo. Mujica, o excêntrico esquerdista que preside o Uruguai, quer bancar o Baco agora, e comandar as orgias etílicas de seu povo. Quando o governo quer controlar até a bebida do povo, a ressaca costuma ser terrível.
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