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A bala de prata: militar leva primeira medalha brasileira com tiro e expõe hipocrisia da esquerda
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Felipe Wu foi o responsável pela primeira medalha brasileira na Olimpíada sediada no Rio. Era para ser motivo de euforia, até porque ele quebrou um jejum de quase um século. Mas a mídia, quase toda de esquerda, não soube bem como reagir. Afinal, faz campanha pelo desarmamento há décadas, e trata as armas como se fossem as verdadeiras responsáveis pela criminalidade no país. Como enaltecer a medalha justo no tiro?

Claro que a reação seria hipócrita, ou então sonsa. Das duas, uma: ou os esquerdistas aplaudiriam o atleta fingindo que não há ligação alguma entre seu feito e a prática de tiro, ou dariam um jeito de desmerecer a conquista, tratando logo de mudar de assunto. De fato, a reação foi um misto dessas duas coisas. Vejamos, por exemplo, a capa do GLOBO no dia seguinte:

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Ou seja, a imagem que mereceu ocupar a metade da capa do jornal não foi a do medalhista de prata, mas sim a do ginasta que foi à final. O texto da chamada maior também nada diz sobre onde foi conquistada a medalha. O jornal carioca achou mais importante destacar aquele que tinha chances de medalha de ouro em vez de colocar na capa aquele que efetivamente ganhou uma medalha de prata no dia anterior. Alguém acha que seria da mesma forma se a medalha tivesse sido ganha, digamos, no futebol?

Por falar em futebol, não deixa de ser irônico o fato de nossa equipe decepcionar tanto justo no “país do futebol”, com uma estreia medíocre contra o Iraque, enquanto a primeira medalha vem no tiro, no país do desarmamento. Bene Barbosa, do Movimento Viva Brasil, foi à forra contra os esquerdistas. A estocada que deu na presidente Dilma (calma que falta muito pouco para virar ex-presidente) foi sensacional:

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Ouch! Sobrou também para a atriz Fernanda Paes Leme, que foi se meter no assunto e lamentar a conquista da medalha nessa modalidade:

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De fato, o preconceito contra o tiro é enorme e o governo faz de tudo para dificultar ou mesmo impedir a atividade. O próprio medalhista disse que foi muito difícil investir no esporte num país como o nosso, onde até conseguir munição para treinar era tarefa quase impossível. Nessa entrevista, podemos ver algumas das dificuldades que o atleta enfrentou:

Se eu ficar falando em dificuldades, vou ficar o dia inteiro, e vai faltar tempo. Todo atleta passa por dificuldade, mas o legal é que a conquista vale a pena. Em momento nenhum eu me fiz de coitadinho. Não é a melhor forma, mas temos que trabalhar com os recursos que temos. […] Uma caixinha de munição com 50 tiros custa mais ou menos R$ 100. Isso eu gasto em meia hora. Se eu treinasse apenas a modalidade de pistola 50m, eu gastaria por dia uns 500, 700. Se fizer as contas, não tem Bolsa Atleta que segure. […] A rotina de treino é de quatro a seis horas por dia, às vezes oito. É como qualquer esporte. São dois treinos, um de manhã e um à tarde. À noite o ideal era um treino físico, mas às vezes estou tão cansado para fazer academia. Não tenho preparador físico. Em média dou 200 tiros por dia, às vezes mais, às vezes menos.

Wu espera que sua medalha ajude a popularizar o esporte no país, mesmo reconhecendo as barreiras culturais. Será? Nessa reportagem de 2015 da IstoÉ, vemos como seus pais garantem o treino do atleta e atacam os obstáculos criados pelo governo ao esporte:

“O tiro esportivo só não morreu por causa dos militares.” […] O rendimento vem da soma do salário de atleta do Exército, cerca de R$ 3 mil, e do programa Bolsa Atleta do governo federal, de R$ 1.850. “Não dá para ficar com isso pelo resto da vida. É ele que me ajuda”, diz, apontando para o pai, Paulo Wu.  “O governo federal quer medalha, mas não dá condições”, diz Paulo. “Toda medalha que vem do tiro é muito difícil.” […] Neto de chineses, Felipe Wu é um caso raro no Brasil por ter começado tão cedo no esporte. Por aqui, a legislação permite que uma pessoa adquira uma arma, seja para defesa pessoal ou para a prática do esporte, a partir dos 25 anos de idade. Em tese, só a partir dessa idade ele poderia iniciar a carreira. Felipe consegue ser um campeão aos 23 anos porque tem permissão do Exército para treinar. “Em outros países, a prática começa aos 12, 13 anos de idade”, diz Durval Balen, presidente da Confederação Brasileira de Tiro Esportivo (CBTE), que prefere chamar os atiradores apenas de atletas.

[…]

Felipe também é um crítico da Lei do Desarmamento. “Um bandido não vai tirar um documento de habilitação para fazer um crime”, afirma. “Criaram uma lei que só funciona para a gente.” Para comprar um novo equipamento, que só é vendido no Exterior, o atirador precisa de um papel do Exército que autorize a transação. Ele despacha as armas descarregadas como se fossem uma bagagem qualquer e, na chegada, elas ficam retidas pela Receita Federal no aeroporto. Só um novo documento do Exército pode solicitar o desembaraço alfandegário do equipamento. […] “Bandido não vai à loja comprar arma, não vai ao Exército pedir autorização”, diz. Para o atleta, a legislação americana, que permite um acesso mais amplo às armas, é melhor. “Lá, o cidadão de bem tem o direito de defesa.”

Pois é. Morando há mais de um ano na Flórida, posso atestar, como já fiz antes, que a prática do tiro esportivo é a coisa mais normal do mundo aqui. Programa de família no fim de semana. Meninas de 16, 17 anos atirando no alvo com suas armas, como poderiam estar patinando no gelo ou jogando boliche. Há mais de 300 milhões de armas nos Estados Unidos, mais do que habitantes. E, apesar da narrativa da esquerda local, isso não torna o país menos seguro.

Eu mesmo ando praticando por puro hobby, e outro dia postei a brincadeira: “Fui caçar pókemon à moda antiga. Ficou bem ruim pro lado dele…”

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Infelizmente, há enorme preconceito contra as armas no Brasil, como se elas fossem as culpadas pelos crimes, pelos homicídios, e não os indivíduos por trás delas. O bordão é antigo, mas verdadeiro: armas não matam; pessoas matam. Armas podem servir para salvar vidas também, ou simplesmente para a prática do esporte “tiro ao alvo”, que é um relaxante e tanto, como posso atestar.

Será que a medalha de prata, depois de quase um século, poderá nos ajudar a vencer esse preconceito incutido pela indústria do desarmamento com o apoio da grande imprensa? Só o tempo dirá. Até lá, fica aqui registrado meus parabéns a Felipe Wu que, com mérito individual, desafiou as barreiras e enfrentou todos os obstáculos para chegar ao pódio e garantir ao país sua primeira medalha na Olimpíada realizada em casa. Um tiro bem no alvo com sua bala de prata!

Rodrigo Constantino

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