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Segundo uma reportagem do Estadão nesta quarta, os bancos públicos são os maiores credores do grupo Odebrecht SA sem garantias reais, como ações e imóveis. Essas instituições detêm quase R$ 17 bilhões de dívidas incluídas nessa categoria dentro da recuperação judicial da empresa. O processo da Odebrecht, que tem dívidas de R$ 98,5 bilhões, é considerado o maior da história.

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Sem garantias, os bancos públicos vão para o fim da fila dos credores a receber, na frente apenas dos acionistas. Além disso, deverão ter um desconto grande sobre o valor principal, dependendo das negociações na assembleia. Nessa categoria de empréstimos, o maior credor é o BNDES, que nega não ter garantias. A instituição tem cerca de R$ 7 bilhões em créditos da Odebrecht. Em seguida, aparece o Banco do Brasil com R$ 4,75 bilhões; e a Caixa, com R$ 4,13 bilhões.

Na outra ponta, estão os bancos privados – Bradesco, Santander e Itaú. Juntos eles têm uma dívida a receber de R$ 1,3 bilhão, sem garantias. Em contrapartida, detém um crédito de R$ 8,4 bilhões, com garantias, especialmente de ações da Braskem.

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O contraste mostra a diferença de gestão entre bancos privados e públicos. Os primeiros possuem acionistas cujo escrutínio busca reduzir riscos e maximizar retornos, enquanto os últimos lidam com o “dinheiro da viúva”, sob a pressão populista de interesses políticos, quando não capturados por corruptos. Isso não quer dizer que os bancos privados sejam infalíveis, mas haverá muito mais cautela na hora de emprestar. Já nos bancos públicos a politicagem costuma falar mais alto.

Eis mais um motivo pelo qual o estado não deve ser banqueiro. O mecanismo de incentivos não é adequado, e quando uma quadrilha como o PT chega ao poder, o estrago é total. O que vimos foram bancos estatais atuando como financiadores irresponsáveis de empresas dos “amigos do rei”, como a Odebrecht, cúmplice da roubalheira petista. Privatize Já!

PS: Espera-se que o novo presidente do BNDES abra finalmente a “caixa preta” do banco estatal. Tem muito esqueleto gigante por lá, sem dúvida!

Rodrigo Constantino