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Os ministros Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), bateram boca ao vivo, em sessão plenária transmitida para todo o país, nesta quinta-feira (26). Mendes foi chamado de mentiroso, politiqueiro, odiento, irracional, desarticulado, raivoso, inconsistente e correligionário de criminosos de colarinho branco. Barroso fez ainda alusão ao estado natal do ministro, Mato Grosso, remetendo ao caso em que Joaquim Barbosa, em 2009, também no plenário, insinuou que Mendes era chefe de “capangas do Mato Grosso”. 

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Eis um trecho:

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Será possível concordar com ambos? O fato é que esse STF – quase todo ele indicado pelo PT – é uma vergonha para o Brasil, e um risco enorme também. Nunca se viu tantos ministros falantes, que dão entrevistas o tempo todo, que abusam de seu poder, que ignoram sua missão de resguardar a Constituição para legislar em seu lugar.

O texto de Renan Barbosa na Gazeta conclui: “O risco nas declarações de Barroso – e nas atitudes de Gilmar Mendes, frise-se – é óbvio: que a palavra do Supremo passe a valer tanto quanto os pronunciamentos de Aécio Neves no plenário do Senado ou as bravatas de Lula da Silva em suas caravanas”. Ou seja, temos um STF que desmoraliza a mais importante instituição republicana.

Carlos Andreazza fez ótima análise, apontando para quem representa ameaça maior ali:

Barroso diz que Gilmar atua com ódio. Certo. Mas: e Barroso, age sob o quê?

Em termos de efeito deletério para uma corte constitucional, não há diferença entre trabalhar com ódio ou paixão.

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Barroso é um militante – um ativista – e não se move senão como apaixonado por causas em nome das quais exercita seu direito criativo.

Ele também ajusta a jurisprudência a depender do fulano. Mas com o agravante de ser um legislador togado – figura sempre perigosa.

Cuidado com um juiz que é capaz de conduzir um debate para o terreno do bairrismo.

Entre ódios e paixões, o que temos é um Supremo – sob direção especialmente fraca – que patrocina a insegurança jurídica.

Os que ora aplaudem o que consideram um justo corretivo não poderão reclamar quando afinal triunfar a cultura do justiçamento entre nós.

O alerta é crucial: muitos acharam legal ou divertido ver Gilmar Mendes, que goza de pouca simpatia, sendo colocado contra a parede. Mas cuidado! Barroso joga para a plateia, puxa Chico Buarque, notório petista, da cartola para bancar o “tolerante” contra o “ódio alheio”, enquanto destila ele mesmo ódio em sua fala. É o típico “poser” das redes sociais, que cai nas graças dos artistas engajados. Só que se trata de um ministro do Supremo!

Esse ativismo, essa retórica sensacionalista, esse descaso pela função precípua de seu cargo, essa postura de Barroso representa o grande perigo ali, mais do que qualquer defeito de Gilmar Mendes. O PT conseguiu mesmo desqualificar até o STF!

Rodrigo Constantino