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Deu no GLOBO:
O deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), agora líder da legenda na Câmara, foi vaiado num ato na Comissão de Cultura da Câmara, que discutia o destino do Ministério da Cultura, na tarde desta terça-feira. O plenário estava cheio de parlamentares e artistas contrários ao presidente interino Michel Temer (PMDB). Eles exibiam cartazes de “Fora Temer”, “Temer golpista” e também com inscrições atacando o novo MinC. Em protesto, manifestantes homens se beijaram e mulheres tambem. O deputado Chico D’Ângelo (PT-RJ) é o presidente da comissão.
Feliciano chegou à comissão e logo foi vaiado pelos presentes. O plenário estava cheio, com muitos manifestantes em pé. O parlamentar sentou na primeira fila e pediu a palavra. Como líder, ele tem prioridade para falar. Era vaiado o tempo inteiro. No momento que começou seu discurso, os manifestantes viraram de costas para ele. O cantor Tico Santa Cruz, sentado na mesa principal, improvisou um pequeno cartaz com a palavra “golpista”, se referindo a Feliciano. O parlamentar votou a favor do afastamento de Dilma.
No seu discurso, Feliciano atacou o grupo.
— Isso aqui não é cultura. Isso é baderna. Vocês querem falar comigo?! Consigam primeiro os 400 mil votos que eu tive. Fui aqui ofendido, atentaram contra a minha honra. Por isso defendo uma CPI da Lei Rouanet. Sei o que é ser um artista. Eu sou. Sou cantor. Gravei três CDs — disse Feliciano, vaiado durante todos os seus três minutos de discurso.
Depois, ele deixou o plenário, cercado por um pequeno grupo de seguranças.
— Vou lá buscar o Bolsonaro e voltarei aqui — afirmou na saída.
Eis o resultado:
Feliciano é deputado eleito com milhares de votos, assim como Bolsonaro. Quem votou em Titica Santa Cruz? Mas eis que o “golpista” é o pastor que defendeu o impeachment constitucional, não os “artistas” que só querem mamar em tetas de um governo bolivariano e, esse sim, golpista. Estão tensos com a perda das boquinhas, apenas isso.
E quando foi que as pessoas passaram a encarar suas bocas, ou pior, seus ânus como instrumento revolucionário ou de luta política? É realmente patético. Conheço homossexuais que abominam os movimentos LGBT justamente por isso: transformam a sexualidade em bandeira ideológica.
Mas vejam as caras dos Bolsonaro e do Feliciano ali atrás. Que espanto, não? Parecem mega-ofendidos, quase sofrendo uma síncope, tendo um infarte. Jair Bolsonaro parece tão irritado, mas tão irritado, que até resolveu tirar foto e rir dos palhaços. Exatamente como um fascista homofóbico faria, não é mesmo?
O que seria da esquerda sem suas caricaturas? Eis o fato: o “beijaço” gay não ofende; é apenas patético, e demonstra o desrespeito pela democracia, pelo próximo, pelo Congresso. Já a CPI da Lei Rouanet, que o pastor Feliciano propõe, isso sim, ofende e desespera muitos “artistas”. Aqueles que não têm talento algum e só sobrevivem com verbas públicas, vendendo-se ao governante de plantão.
CPI da Lei Rouanet já! Depois cada um pode beijar quem quiser. De preferência com discrição, pois a afetação é patética, independentemente de o casal ser gay ou heterossexual…
Rodrigo Constantino