“Na manhã seguinte, valas estreitas foram cavadas em toda a extensão do velho mercado. Então, um por um, os setecentos homens foram deitados, decapitados com um golpe de espada, e seus corpos jogados dentro das valas. A carnificina continuou durante todo o dia, e o último grupo foi executado à luz de tochas. A brutalidade desse ato espalhou ondas de choque por toda a Arábia”.
Esse não é o relato de algum regime nazista ou comunista recente, mas sim de um massacre de uma tribo de judeus ocorrido no século VII, por um discípulo contemporâneo de Maomé. Quem conta o caso é o historiador Barnaby Rogerson, em uma biografia bastante benevolente para com o “profeta”.
Rogerson acrescenta: “Maomé não ficou descontente com o resultado – respondeu à decisão de Sa’d com a fala de despedida: ‘Vós destes a sentença conforme o julgamento de Deus’. Com o extermínio dos Bani Qurayzah, os muçulmanos subitamente se revelaram ao mundo como um inimigo implacável”.
E desde então assim tem sido. Quem não entender que há um problema de origem no Islã estará tampando o sol com a peneira. Ao contrário de Jesus Cristo ou Buda, Maomé foi um guerreiro empedernido, liderou várias expedições militares, promoveu pilhagem com a “bênção de Deus”, e recebeu privilégios bem específicos de Alá, como quando quis se casar pela quinta vez, o que era proibido, e pior: com sua nora!
Quem repete que tanto o Corão como a Bíblia possuem passagens violentas ignora, portanto, as diferenças básicas: não só o livro sagrado dos cristãos é metafórico, enquanto o dos muçulmanos é literal, como o próprio fundador do cristianismo trouxe a “Boa Nova”, uma mensagem de paz e esperança, enquanto o profeta do Islã empunhou sua espada para degolar “infiéis”. Será que cabe mesmo dizer que o Islã é uma “religião da paz”?
Esse é o primeiro grande problema que qualquer debate sério sobre o terrorismo atual precisa levar em conta. Claro que nem todo muçulmano endossa a violência, ainda que várias suras de seu livro sagrado sejam claras em tais comandos. Há versões diluídas, mais moderadas, e consideradas hereges pelos radicais. Mas pesquisas indicam que tampouco é razoável falar em uma pequena minoria radical, já que muitos defendem bandeiras consideradas incompatíveis com os valores ocidentais.
Eis o dilema, então: como conviver com tantos muçulmanos, em quantidade crescente, em nosso próprio quintal? O agravante é claro: vários deles simplesmente não aceitam assimilar a cultura que os recebe, preferindo se estabelecer em guetos onde a “sharia”, a lei islâmica, pode ser imposta à revelia das leis locais.
Para piorar a situação, inúmeros ocidentais se mostram acovardados, melindrados na defesa dos valores de nossa civilização, e após décadas de sentimento de culpa incutido pela esquerda, que no fundo odeia o Ocidente, essas pessoas parecem pedir desculpas aos imigrantes em vez de apontar seus próprios equívocos. O multiculturalismo tem servido como blindagem para qualquer julgamento imparcial, e o receio de ser acusado de “islamofobia” faz com que muitos ocidentais simplesmente suspendam qualquer crítica ao Islã, mesmo à ala radical (bem ampla).
O que fazer? Não há resposta fácil aqui. Até porque existe um claro “trade-off” entre privacidade dos indivíduos e segurança nacional, igualdade perante as leis e “profiling” de grupos suspeitos (inclusive por crença religiosa). Está claro, porém, que as autoridades, especialmente na Europa, têm pecado por negligência. Ou seja, com medo de parecer “intolerante” ou “preconceituosa”, a polícia muitas vezes ignora sinais evidentes de alerta. E conta com a pressão de parte da população para isso – a parte “progressista”.
O que nos traz ao próximo desafio: como enfrentar essa ameaça se o próprio Ocidente tem demonstrado fraqueza, covardia, aderido ao discurso politicamente correto? Quando vemos homens vestindo saias como protesto a estupros coletivos praticados por muçulmanos; quando vemos grupos LGBT com faixas contra a “islamofobia”; quando vemos gente cantando “Imagine” ou colocando fotinhos coloridas no Facebook como reação a mais um atentado terrorista; podemos estar seguros de que falta virilidade, coragem, determinação e seriedade para vencer essa guerra.
Na era medieval, a tentativa de islamização da Europa foi rechaçada com as Cruzadas. Hoje, a reação são bolinhas de sabão e pombas da paz, com o convite para que novos “refugiados” venham desfrutar da “tolerância” – e do “welfare state” – dos bacanas descolados. Não sei se uma nova Cruzada é possível ou desejável; mas temo que sem uma fé à altura, os ocidentais estejam fadados à derrota. Até pela pressão demográfica, já que os incentivos estatais e a mentalidade hedonista conspiram contra os filhos hoje em dia. Atos de bravura ainda ocorrem, isolados. Mas a regra tem sido a pusilanimidade. Do outro lado, a barbárie tem ânimo, fervor, empolgação. Parece uma luta desigual.
Mas não quero terminar com um tom pessimista. Em outras épocas, desafios igualmente assustadores sacudiram o Ocidente, e ele resistiu, venceu. Havia uma força motora por trás dessa resistência. Segundo Chesterton, foi o cristianismo, que ajudou a moldar nossas instituições e valores morais. Em O homem eterno, ele diz: “a Europa foi virada de cabeça para baixo muitas e muitas vezes, e no fim de cada uma dessas revoluções a mesma religião estava outra vez no topo”.
Antes dele, Tocqueville também percebeu a ligação entre a religião de Cristo e a liberdade ocidental, especialmente a britânica: “Eu desfrutei, na Inglaterra, do que há muito tempo eu estive privado – uma união entre os mundos religioso e político, entre a virtude pública e privada, entre o cristianismo e a liberdade”. Liberdade esta que não sobrevive num vácuo de valores morais, e sem gente com estamina suficiente para defendê-la, para lutar por ela, para morrer por ela, se preciso.
Não sou uma pessoa religiosa. Mas faço análise de forma realista. E confesso ao leitor que estou cada vez mais convencido de que são essas as alternativas que se apresentam para o Ocidente hoje: “beijar a cruz”, ou aceitar a Submissão!
Rodrigo Constantino
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