Bernie Sanders considera Trump parcialmente responsável por Charlottesville: mas e o atirador que era seu fã direto?

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O senador Bernie Sanders alegou nesta segunda que o presidente Trump é parcialmente responsável pelo atentado neonazista ocorrido em Charlottesville no sábado. De acordo com a Burlington Free Press, o socialista contou aos jornalistas que sentia que o presidente tinha parcela de culpa pela tragédia. Ao ser perguntado quanto Trump tinha de responsabilidade, Sanders respondeu:

Olha, acho que é – quando você tem um presidente que não tem coragem de dizer o que a grande maioria das pessoas entende ser verdadeira, que a supremacia branca e o neonazismo devem ser condenados, ele não pode nem mesmo fazer isso! A mensagem que ele está enviando para racistas e neonazis em todo o país é: “Está tudo bem”. Na verdade, você ouviu alguma linguagem nesse sentido. “O presidente não nos condenou. Por que não fazemos mais manifestações? Por que não espalhamos a palavra de supremacia branca e racismo e neonazismo?” Então, eu acho que o presidente tem alguma responsabilidade por isso? Absolutamente sim.

Não vem ao caso que Trump, na verdade, condenou o atentado, primeiro deixando claro que era contra qualquer ato de violência, de qual lado fosse, depois mencionando nominalmente os supremacistas brancos neonazistas, algo que seu antecessor Barack Hussein Obama nunca foi capaz de fazer em relação aos movimentos racistas negros. Eis a denúncia completa que Trump fez aos racistas:

O racismo é mau – e aqueles que causam violência em seu nome são criminosos e bandidos, incluindo KKK, neo-nazistas, supremacistas brancos e outros grupos de ódio, são repugnantes a tudo o que consideramos caro como americanos. … Aqueles que espalham a violência em nome da intolerância atingem o cerne da América. Para quem agiu criminalmente na violência racista deste fim de semana, você será responsabilizado por todos. A justiça será feita.

A mídia cobrava, e teve a condenação direta. Agora só resta reclamar pela “demora” de dois dias, sendo que, antes, Trump já tinha sido enfático ao condenar a violência, só que incluindo aquela cometida pelo outro lado, lembrando que grupos como o Black Lives Matter partem para a agressão com grande frequência. Eis o que Trump tinha dito antes, e que não bastou para os jornalistas de esquerda:

Condenamos, nos termos mais fortes possíveis, esta exibição flagrante de ódio, fanatismo e violência em muitos lados, em muitos lados. Está acontecendo há muito tempo em nosso país. Não Donald Trump, e não Barack Obama, isso tem acontecido há muito, muito tempo. … Como candidato, prometi restaurar a lei e a ordem para o nosso país, e nossas agências federais de aplicação da lei estão seguindo essa promessa. Nós não pouparemos nenhum recurso na luta para que cada criança americana possa crescer livre de violência e medo. Defenderemos e protegeremos os direitos sagrados de todos os americanos e trabalharemos juntos para que todos os cidadãos nesta terra abençoada sejam livres para seguir seus sonhos, em seus corações, e expressar o amor e a alegria em nossas almas.

Parece algo absurdo? Trump tinha poupado os agressores racistas? Claramente não! Mas faltou citar “supremacistas brancos”, segundo a imprensa, a mesma que jamais cobrou de Obama que condenasse o racismo negro, que também existe. Condenar todos os lados violentos é, pelo visto, um crime terrível, já que existe a violência “redentora”, aquela praticada pela esquerda.

Como aquela do simpatizante de Bernie Sanders, que abriu fogo contra políticos republicanos num jogo de baseball, quase matando um. O terrorista tinha feito campanha voluntária para Sanders, tinha uma página de Facebook repleta de mensagens de ódio aos brancos, aos conservadores (que o Facebook logo fez questão de apagar), ou seja, seu elo com a esquerda democrata era direto, umbilical, infinitamente maior do que o suposto elo (inexistente) entre o louco que atropelou as pessoas em Charlottesville e Trump ou os republicanos.

Mas cobrar coerência da esquerda é esperar por um milagre. Sua marca registrada é o cinismo, o duplo padrão, a mentira e a hipocrisia. É por isso que um fã direto de Sanders que tenta matar vários políticos republicanos não tem absolutamente nada a ver com os democratas e com a esquerda e seu discurso de ódio e segregação, enquanto um maluco neonazista isolado se torna praticamente um agente seguindo ordens diretas de Trump. Haja canalhice!

Rodrigo Constantino