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Os homicídios nas 50 maiores cidades americanas estão em alta, subindo 17% em 2015 depois de duas décadas de acentuada queda. Pode ser um dado isolado, fora da curva. Ou pode ser uma inflexão, uma mudança na tendência. Se for este o caso, é algo muito preocupante. E há indícios de que se trata exatamente disso. Por trás dessa inversão estaria a retórica “progressista” contra a polícia, pintada de racista por movimentos como o Black Lives Matter (BLM).

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Essa “guerra contra a polícia”, que tomou conta dos movimentos raciais americanos, estaria fomentando um clima de desordem, de resistência a qualquer abordagem policial, de condenação sumária a xerifes que tentam, sob a tensão do momento, render suspeitos negros que se mostram, quase sempre, perigosos bandidos depois, mas acabam retratados como vítimas inocentes pela imprensa. É o que argumenta Heather Mac Donald no imperdível The War on Cops, livro que disseca esse fenômeno recente.

Para a autora, a maior ameaça aos negros americanos hoje vem desse ataque sistemático aos policiais por movimentos como o BLM, que deveriam se chamar Black LIES Matter, pois são sustentados por mentiras e manipulações. A estratégia usada é explorar mortes de negros fartamente documentadas pela imprensa esquerdista, como se fossem provas de uma prática comum, de um problema sistêmico, ligado ao suposto racismo da força policial e do “sistema”. Essa retórica conta com o apoio de ninguém menos do que o presidente Obama.

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Como efeito prático, eis a principal reação que essa narrativa tem produzido: o término da bem-sucedida política da “janela quebrada”, a mesma adotada pelo prefeito Giulliani em Nova York. Os policiais se sentem acuados, temem a exploração manipulada da imprensa após qualquer ato de abordagem, e preferem esperar o crime acontecer em vez de se arriscar em medidas preventivas.

profiling tem sido combatido como racista também, ou seja, o policial não pode mais parar e interrogar alguém em atitude suspeita se for um negro, pois isso seria prova de racismo segundo os movimentos raciais de esquerda. Não importa que a atitude seja suspeita. Não importa que a vizinhança seja de elevada criminalidade. Não importa que os negros pratiquem mais crimes em termos relativos. Se o suspeito for negro, ainda que numa vizinhança perigosa, a simples abordagem policial é prova de racismo.

Heather analisa em detalhes os principais casos que foram utilizados pelo BLM para suscitar a ideia de racismo policial, mostrando o absurdo por trás das acusações. Ela também refuta a acusação de que a “guerra contra as drogas”, especialmente o crack, tem como objetivo uma nova forma de escravidão velada, prejudicando de forma desproporcional os negros.

A autora toca na ferida ao expor aquilo que esses movimentos de esquerda desejam a todo custo evitar: o problema está na maior criminalidade nas comunidades negras, não num suposto racismo da polícia. E esse problema, provavelmente, deve-se ao rompimento da estrutura familiar nessas comunidades. Mais de 70% dos negros americanos nascem de mães solteiras!

Os adolescentes e jovens negros cometem crimes em proporção bem maior do que os brancos ou outras minorias, como os asiáticos. Alguém diria que há um favorecimento às minorias asiáticas? Alguém diria que há machismo na ação policial pelo fato de que a imensa maioria da população carcerária ser formada por homens, e não mulheres? Por que, então, a proporção maior de negros seria prova de racismo?

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Em outra parte da resenha, voltarei com foco maior apenas em certas estatísticas, para chamar a atenção do leitor para o real problema. Vale, antes de terminar, recomendar o excelente artigo de Paulo Cruz publicado hoje na Gazeta do Povo, justamente sobre esse assunto. Após mostrar como os maiores inimigos dos negros sempre foram do Partido Democrata, responsável pelas leis Jim Crow e a KKK, Cruz conclui:

Mais de 90% dos assassinatos de negros são cometidos por outros negros. Em números totais, os negros representam 13% da população americana, mas cometem 50% dos crimes.

[…]

Na verdade, os negros são incentivados, pela mesma esquerda que lhes jura amor incondicional, a uma cultura de marginalidade. “Nesta cultura”, diz o economista Thomas Sowell, “a beligerância é considerada virilidade, e a crueldade, legal (cool); enquanto ser civilizado é considerado ‘agir como branco’”.

Atualmente, 75% das crianças negras dos EUA vivem sem o pai. Estas têm 5 vezes mais chances de viver na pobreza e cometer crimes; 9 vezes mais chances de abandonar a escola; e 20 vezes mais chances de serem presos. Em 1960, esse número era de 25%.

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[…]

O fato é que a esquerda se apossou de causas legítimas – direitos civis, sufrágio feminino etc. – misturou às suas teses revolucionárias (dentre elas, a destruição da família tradicional) e formou uma sociedade de revoltados cujas demandas não precisam ser solucionadas, pois a revolta constante é o que importa. Defendendo tais causas, tem o seu eleitorado garantido.

Assim, faz de pobres, negros, mulheres, homossexuais – e todos aqueles que denominam oprimidos –, seus escravos ideológicos. Por isso, para o bem da sociedade, movimentos como Black Lives Matter devem ser desmascarados.

Aplausos! Aplausos ainda mais efusivos quando lembramos que Cruz, como o pensador Thomas Sowell mencionado em seu texto, é também negro. Os negros não precisam fechar os olhos para os fatos, buscar bodes expiatórios para os problemas nessas comunidades negras. Ao contrário: fazer isso é jogar contra os próprios negros, fazer o jogo da esquerda insensível e oportunista, que precisa de mascotes para aliviar sua culpa ou concentrar poder.

A “marcha das minorias oprimidas” tem atendido aos interesses apenas da elite esquerdista no poder, não das próprias minorias (lembrando que a menor de todas é o indivíduo). O welfare state paternalista defendido pela esquerda tem contribuído para desestruturar as famílias, principalmente dos mais pobres. A narrativa contra o “agir branco” incentiva os negros a negar a civilização e viver na barbárie. Tudo isso está por trás da criminalidade maior entre os negros.

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A polícia não é racista. Podem existir alguns policiais racistas, mas é absurdo falar em racismo sistêmico. Os fatos negam isso. O problema é mesmo a maior criminalidade dos negros. A polícia precisa resgatar a ideia de tolerância zero, de abordagem preventiva, pois isso era responsável pela queda da criminalidade, que favoreceu ainda mais os negros. Defender a lei e a ordem não é ser racista, e sim preservar a sociedade ordeira, seja ela de qual cor ou “raça” for. Os negros que são cidadãos decentes deveriam ser os primeiros a compreender e pregar isso.

Rodrigo Constantino