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Por Paulo Bressane

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Não é perseguição a Leonardo Boff, pois também poderia comentar as missivas de outros colunistas de esquerda, geralmente limitados por sua cegueira ideológica, mas cito Boff por ser um dos expoentes da esquerda retrógrada. Aqui mesmo, na pluralidade editorial de O TEMPO, leio um petista dizendo que marginalizamos Lula porque ele “permitiu que os filhos de trabalhadores se tornassem doutores, porque acabou com a fome no país e inaugurou a era dos direitos para os inquilinos da senzala”. É a mesma retórica vazia e mentirosa de sempre, que mesmo sendo facilmente desmascarada pela realidade dos números, continua sendo amplamente usada em prol de um plano de poder frustrado. Mas voltando ao título da coluna, em sua última coluna Boff disse que o PT, Dilma e Lula são os bodes expiatórios da vez, e por isso estão sofrendo bullying político e social.

BOFF AINDA NÃO PERCEBEU que os bodes expiatórios apontados por ele só existem na cabeça dos esquerdistas, devido a sua desavergonhada capacidade de tergiversar e vergonhosa incapacidade de aceitar os fatos. Ao citar uma obra do filósofo René Girard, cujos bodes expiatórios seriam vítimas inocentes, Boff não percebe que a grande vítima desta gigantesca tramoia política de bandeiras vermelhas é a sociedade verde e amarela. Diz ele que nos esquecemos de todos os acertos petistas, em especial a transformação do país, que tirou 40 milhões de pessoas da pobreza. Talvez Boff não saiba, mas esta foi a maior carona que o PT pegou no espantoso crescimento mundial, acontecido justamente durante os governos Lula. Na realidade, a desigualdade começou a cair antes da era Lula, que por sua vez obteve sucesso porque deu continuidade aos feitos de FHC. Não sou eu quem diz, são os números.

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VALE LEMBRAR que o percentual de pessoas que ascenderam socialmente no Brasil foi muito parecido com o dos demais países emergentes do mundo, mas, como de praxe, o marketing petista puxou a sardinha só para si. Boff disse ainda que ao colocar toda a culpa sobre o PT, os grupos dominantes ocultam sua própria perversidade. Certo, mas quais são os tais “grupos dominantes”? Se ele se refere a uma parcela dos demais partidos políticos, eu concordo, se forem os empresários que aderiram ao jogo de poder para obter benefícios mútuos, também concordo, mas, por favor, Boff, não coloque neste balaio a sociedade produtiva, que trabalha incansavelmente para sustentar uma cambada de parasitas. Alô manifestantes de esquerda, já que a boquinha acabou, saibam que só existem dois caminhos para diminuir a pobreza, a educação e o fortalecimento da economia privada.