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Um dos fenômenos mais relevantes de nossos tempos é o distanciamento entre formadores de opinião da mídia mainstream e o povo. Presos numa bolha “progressista”, nossos jornalistas simplesmente perderam a capacidade de compreender as reais demandas do Zé Povão, da dona Maria, dos trabalhadores em geral. Vou usar dois exemplos para ilustrar o ponto.

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Em sua coluna de hoje, o ultra-esquerdista Bernardo Mello Franco tenta ridicularizar Jair Bolsonaro, que oficializou sua ida para o PSL nesta quarta. Mas tudo que o jornalista conseguiu foi mostrar sua incapacidade de entender brincadeiras e hipérboles, ou de captar o pulso da população. Vou comentar parágrafo a parágrafo:

Uma mistura de culto evangélico e programa policial de TV. Assim foi o ato que selou ontem a filiação de Jair Bolsonaro ao PSL. O presidenciável defendeu a liberação das armas e prometeu combater “vagabundos” e “marginais”. Ele temperou o discurso com menções a Deus e à “família brasileira”.

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Aqui já vemos o desprezo preconceituoso pelo culto evangélico, sendo que parcela relevante da população brasileira é evangélica e frequenta cultos. Chamar bandidos de vagabundos e marginais é simplesmente colocar os pingos nos is, ao contrário dos jornalistas que os tratam como “vítimas da sociedade”. E mencionar Deus e a família é focar em valores básicos do povo. Qual seria o problema?

O deputado encarregou Magno Malta, dublê de senador e cantor gospel, de puxar uma corrente de oração. Em seguida, investiu no culto à própria personalidade. “Eu sou o Messias. Jair Messias Bolsonaro”, disse, para delírio dos seguidores que lotavam um dos plenários da Câmara.

Novamente notamos o preconceito ao mundo gospel, sendo que Magno Malta tem sido um político firme contra o socialismo. Oração virou pecado agora na era do estado “laico”? O jornalista não conseguiu sequer pescar a brincadeira com o sobrenome do candidato, posando de “messias”? Que Hitler perigoso! Melhor era Lula, né, que realmente se colocava como ungido contra as “elites”, que se comparou a sério com Tiradentes e até com Jesus Cristo, em seu surto de megalomania?

O capitão reformado incitou o sentimento nacionalista da plateia. “Vamos voltar a ter orgulho da nossa bandeira”, prometeu. “Mito! Mito! Mito!”, responderam os aliados, em coro. “Só tem uma maneira de esta bandeira ficar vermelha: com o meu sangue”, emendou Bolsonaro.

O patriotismo é visto com desdém pelos jornalistas “progressistas”, mas não pelo povo. Orgulho da bandeira é o que todos brasileiros decentes queremos resgatar. Impedir que nossa bandeira seja vermelha, ou seja, que o Brasil se torne comunista como a Venezuela, é uma meta louvável. Fica difícil entender o problema, uma vez mais.

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“A violência se combate com energia, e se for necessário, com mais violência”, prosseguiu o pré-candidato. Ele prometeu pedir votos para os colegas da bancada da bala, que se acotovelavam a seu redor. “Quem sabe teremos aqui a bancada da metralhadora”, gracejou.

Alguma mentira em dizer que a violência se combate com energia e, se for preciso, com mais violência ainda? Será que o jornalista queria ouvir do candidato que a solução para o crime é acender postes na praça? Oferecer flores e lápis, quem sabe? A bancada da metralhadora foi uma sacada excelente: se os jornalistas chamam de forma pejorativa de “bancada da bala” aqueles que simplesmente defendem o direito básico de legítima-defesa do cidadão, então é preciso usar muita bala para se defender. O povo quer o direito de ter armas, como toda pesquisa e o plebiscito já comprovaram, mas os jornalistas insistem na agenda do desarmamento.

Dizendo-se defensor da família, o deputado disse que que a homossexualidade “não é normal”. “Um pai prefere chegar em casa e ver o filho com o braço quebrado no futebol, e não brincando de boneca”, discursou. “Casamento é entre homem e mulher, e ponto final”, continuou, apesar de o STF já ter reconhecido a união estável de pessoas do mesmo sexo.

Podemos entender normalidade de diferentes formas, mas se for por curva normal estatística, a homossexualidade não é a norma, e sim a exceção, e se for por entendimento biológico ou religioso, tampouco o normal é homem com homem e mulher com mulher. O casamento ser entre homem e mulher é algo que está em nossa Constituição inclusive, documento que talvez o jornalista pudesse ter lido antes de se escandalizar. E tenho certeza de que a imensa maioria dos pais brasileiros preferem ver seu filho quebrar o braço jogando bola do que brincando com bonecas, como se o gênero fosse uma “construção social”.

Em outra passagem, Bolsonaro prometeu varrer os partidos de esquerda do Congresso. “Quem reza dessa cartilha de esquerda não merece conviver com os bens da democracia e do capitalismo”, disse. “Nós temos que alijá-los”, acrescentou.

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Os partidos de esquerda querem eliminar Bolsonaro enquanto defendem Maduro, mas isso pode. Já Bolsonaro afirmar que é preciso eliminar esses radicais comunistas que não aceitam as regras do jogo democrático, que desrespeitam a Justiça e que pregam o totalitarismo, isso não pode. Quantos votos extras Bolsonaro ganhou ao dizer isso? Mas o jornalista, de esquerda, não consegue entender que a maré vermelha mudou com a “onda conservadora”.

Deputado há 27 anos, o presidenciável se apresentou como promessa de renovação na política. Ele ainda citou Donald Trump como “exemplo para nós seguirmos” e atacou a imprensa, a quem acusou de “conivente com a corrupção”.

O jornalista deve achar que citar Trump como exemplo é algo terrível, afinal, seu jornal vive a demonizar Trump. Mas Trump… foi eleito, não foi? O republicano é, aliás, o melhor exemplo do abismo entre “Fake News” e população. Apanha diariamente da imprensa, mas só cresce com isso.

Antes de ouvir o líder, Magno Malta se ofereceu para o cargo de vice em sua chapa. Ex-aliado de Lula e Dilma Rousseff, ele evitou lembrar o passado ao lado dos petistas. “Agora você é extrema-direita. Isso não ofende, não”, disse, olhando para Bolsonaro. “Extrema-direita é o que nós somos”, concluiu.

Aqui o jornalista ou não entendeu a piada, ou fingiu que não entendeu para afirmar que Bolsonaro e Magno Malta realmente são de extrema-direita. Não: essa é a alcunha que os jornalistas deram, os mesmos que nunca falam em extrema-esquerda. Lula, Boulos, Ciro Gomes, Marina Silva: seriam todos apenas de esquerda, mesmo defendendo Maduro, socialismo etc. Já qualquer um à direita dos tucanos (de esquerda) são “extrema-direita”. Malta apenas fez troça do termo que a imprensa usa e abusa para denigrir Bolsonaro.

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Enquanto isso, no caderno de Opinião, a coluna de Ascânio Seleme, que foi diretor de redação, acha que Lula foi um presidente popular que fez grande inclusão pelos pobres, e que demoniza Bolsonaro, resolveu apresentar uma “agenda do futuro”.

Num país com 14 milhões de desempregados e 60 mil homicídios por ano, que foi destruído pelos corruptos petistas, eis a pauta que ele tem em mente, e que gostaria de usar para mudar de assunto, já que corrupção é um tema chato (porque ele acha injusto ver Lula como o maior ladrão da história deste pais, uma vez que “há outros ex-presidentes que o deixam no chinelo quando se trata do usufruto ilegal do alheio coletivo”, sem citar nomes):

1) Passa da hora de o Brasil se debruçar e discutir seriamente uma política nacional para os combustíveis alternativos não fósseis; 

2) O envelhecimento da população no Brasil só é olhado do ponto de vista econômico. Na discussão da reforma da Previdência, o que se ouviu foi que a população brasileira está vivendo mais e vai consumir por mais tempo dinheiro recolhido ao INSS. É grave, sem dúvida, e trata-se de questão urgente para ser resolvida. Também é verdade que ele vai gastar mais em hospital e remédios. Mas quando falamos sobre a qualidade de vida dos velhos? Sobre a felicidade e a solidão dos idosos? Nenhum grupo de trabalho foi montado no governo ou no Congresso para discutir o assunto;

3) Em cinco anos, de 2013 até o final de 2018, a receita do trabalho feminino no mundo terá crescido 40%, de 13 trilhões para 18 trilhões de dólares. Ainda assim, as mulheres brasileiras receberão ao final deste ano em média 25% a menos do que os homens para fazer o mesmo trabalho. E quem discute isso no Brasil?

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4) Transportes. É incrível como patinamos nesta área. Perdemos bilhões de reais e dezenas de milhares de vidas a cada ano porque nosso transporte está baseado em rodovias. Rodovias caindo aos pedaços. Na África, pasmem, já corre um trem de alta velocidade ligando Tanger a Casablanca a 320 quilômetros por hora;

5) A inteligência artificial está no dia a dia das pessoas. Está presente quando o cidadão faz compras pelo seu telefone, quando escolhe um filme na Netflix ou compra um livro na Amazon, por exemplo.

É isso mesmo: os brasileiros, desempregados, estão morrendo feito moscas, mas o ex-diretor de redação do jornal carioca quer falar de combustível alternativo, de grupo de trabalho estatal para debater a solidão dos idosos, de feminismo e igualdade salarial forçada independentemente da produtividade, de trem de alta velocidade e de compras pelo telefone.

“Está na hora de a gente olhar para essas coisas, não acha?”, conclui Seleme. Não, não achamos. Achamos que está na hora de enfrentar bandido vagabundo com mais rigor, de permitir a posse de arma para cidadão de bem se defender, de resgatar valores como patriotismo e família, e de combater a agenda libertina imoral dos movimentos “progressistas”, que querem enfiar goela abaixo das crianças a “ideologia de gênero”.

Quando lemos isso, não fica mais fácil entender o avanço de Bolsonaro nas pesquisas?

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Rodrigo Constantino