Por Roberto Rachewsky, publicado pelo Instituto Liberal
A “incorreção política” de Bolsonaro provoca náuseas em quem tem ouvidos mais sensíveis e faz com que muita gente abra a boca como se abrisse a tampa de um bueiro.
Nada como furar a bolha pseudomoralista dos “politicamente corretos” para nos depararmos com tanta hipocrisia e relativismo. Há mais de duas gerações, o pós-modernismo vem tecendo malhas psico-epistêmicas que parecem com o novelo enredado de onde a linha veio. Todo tipo de racionalização é utilizado para justificar o injustificável. Os jovens de hoje em dia têm a falsa coragem dos que se arriscam porque não se dão conta do perigo. Seguem pelos campos de batalha intelectuais brandindo bandeiras e entoando hinos que exaltam mentiras, falácias e falsos silogismos, como se tivessem pegado o volante de um carro depois de terem bebido um litro de cachaça. Acham que estão sóbrios como bêbados pegos numa blitz. Dizem que a estrada reta é que é sinuosa e que o policial que tenta contê-los para não cometerem um acidente é que está ameaçando a vida e a liberdade de inocentes.
100 anos de progressivismo criou mentes gelecas, que se horrorizam com a escravidão do século XIX, coisa horrenda mesmo, que só foi combatida e extinta quando o capitalismo prevaleceu na Europa e nos Estados Unidos. Dizem-se indignados com a escravatura do passado remoto, mas toleram a escravidão imposta pelos regimes socialistas no passado recente, e mesmo essas que ainda existem no presente. Falam em dívida histórica como se os jovens de ego autossuficiente de hoje, esses que se esforçam e não têm esse viés piegas, estivessem colocando grilhões e chicoteando até a morte os pobres injustiçados que já morreram há mais de 130 anos. Inventaram uma máquina do tempo moralista e justiceira que transporta, do presente para o passado, jovens inocentes em nome de um ódio revanchista que quer condenar filhos e netos de uns pelos crimes praticados pelos bisavós e tataravós dos outros. Uma insanidade!
Perguntados se impedir, com o uso da coerção do estado, jovens brancos, ricos ou pobres de ingressar na faculdade porque tiveram seu direito conquistado pelo mérito, violado por algum privilegiado, discriminado pela cor da sua pele, não seria o mesmo que barrar um negro ou um branco na entrada de um bar cujo ingresso só é permitido se o sujeito estiver trajando a pele na cor certa, definida por quem dirige aquela espelunca, respondem que não. Dizem “como podem ser tão insensíveis? Vocês que são privilegiados por nunca terem passado fome ou terem sido desprezados como párias da sociedade”.
Desde quando, pergunto eu, para se ter honra e correção é preciso antes ter sido esfomeado? Desde quando ter trabalhado duro para colocar comida na própria mesa, ou dos filhos, ou dos pais, transforma alguém em privilegiado? Só se o termo privilegiado for mais um conceito deturpado.
Bolsonaro e seu discurso tosco expuseram o que pensam os filhos dessa classe média, amontoado de gente que fez a vida com esforço e hoje sofre depauperada pela má gestão dos governos que ainda por cima os consideram vilões odiados. Esse é o discurso ensandecido dos intelectuais marxistas, esses que justificam o trabalho sujo dos corruptores petistas. Adolescentes tardios que xingam os pais, chamando-os de fascistas para defenderem os verdadeiros tiranos que posam de benfeitores, monopolistas da virtude, mas que não passam de hipócritas, manipuladores de mentes em formação, treinadas para servirem ao estado e à quadrilha que estiver de plantão – essa que enriquece de tanto explorar cidadãos que empreendem e trabalham, esses sim, escravos modernos, que estão sendo pintados por esses jovens tolos como os feitores do passado.
Triste país que tem no seu governo, que tem nas suas escolas quem se aproveita do poder que lhe foi outorgado em boa fé, para transformar crianças e jovens em autômatos cujas mentes foram programadas para defender o indefensável.
Bolsonaro é tosco, rude, errático, mas a corja que concorre com ele é nociva, é perigosa, é torpe, é letal. A esquerda nutre nas cabecinhas indefesas a semente da cultura do ressentimento, que recalca mentes potencialmente sadias, livres e independentes, transformando-as em repositórios dos sentimentos da inveja e/ou de culpa, resultando no ódio enrustido pelos outros, não por eles serem maus, mas exatamente por eles serem bons. É dessa forma que se criam as mentes anticapitalistas de que os intelectuais de rapina se aproveitam para subsistirem explorando espíritos fragilizados como se estivessem digerindo carniças.