Eu já tive ex-mulher. A minha própria mulher atual, pois felizmente resgatamos o que quase perdemos. Sei que não é fácil. Sei que ficam mágoas, diferenças, e uma situação delicada, ainda mais quando envolve filho, ainda mais quando entra novo relacionamento no meio. Mas sempre mantive o respeito por ela nessa fase, e vice-versa, pois conhecemos a essência um do outro.
Digo isso pois se até uma ex-mulher te elogia e te respeita, então é sinal de que você deve ser do bem mesmo. A tendência natural é uma ex-mulher guardar algum rancor qualquer e lembrar mais dos seus defeitos do que das suas qualidades. Algumas chegam a te detonar por aí, a fazer sua caveira.
Observar como as ex-mulheres tratam os políticos pode ser, portanto, um exercício interessante. E temos dois casos em lados opostos da política: Marcelo Freixo e Jair Bolsonaro. Recentemente, a ex-mulher de Freixo detonou o deputado socialista nas redes sociais, acusando-o de “machista” e de ter difamado sua reputação em sua cidade, ferindo inclusive seus pais.
Curiosamente, a imprensa deu pouquíssima atenção ao episódio, mesmo sabendo que Freixo havia usado a bandeira do “machismo” contra seu adversário Pedro Paulo nas eleições passadas. As feministas se calaram, provando que o feminismo não tem absolutamente nada a ver com as mulheres, e sim com o socialismo.
Mas vejam que interessante: a ex-mulher de Bolsonaro também já se pronunciou publicamente sobre o deputado de direita. Foi quando ele acabou acusado de “incitar o estupro”, uma acusação bastante estranha, convenhamos, para quem defende “castração química” para estupradores. Eis o que ela disse sobre o ex-marido:
Depois de virar réu em duas ações por incitação ao estupro em um incidente com a deputada do PT Maria do Rosário, em 2014, Jair Bolsonaro recebeu o apoio da ex-mulher, Rogeria Bolsonaro, que partiu em defesa do parlamentar através do Facebook. Em carta aberta publicada em seu perfil na rede social, a ex-vereadora do Rio de Janeiro (eleita em 1992 e 1996) afirmou que o pai de seus filhos “jamais estimulou o estupro” e culpou a mídia pela acusação “absurda, inverídica e nefasta”.
No texto, que acompanha uma foto do ex-casal ainda jovem, Rogeria faz elogios a Jair Bolsonaro, pai de seus três filhos, Flávio, Carlos e Eduardo, e diz que a carta é uma manifestação espontânea de apoio. Ela classifica o processo contra o parlamentar como “assustador, revoltante e nojento” e diz acreditar na absolvição do réu.
Pois é. No “teste da ex-mulher”, o “machista”, o “misógino”, o “incitador de estupros”, o “bronco” deputado Jair Bolsonaro leva a melhor em relação ao “feminista”, ao “sensível”, ao “abnegado” e ao “caridoso” deputado socialista. Há quem confie mais na narrativa da imprensa ou do próprio político, em suas palavras, discursos. Eu prefiro observar o que as ex-mulheres têm a dizer sobre eles, pois elas conheceram seus maridos sem as máscaras criadas pelos marqueteiros ou jornalistas.
Rodrigo Constantino
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