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Depois de dias de crise com o Legislativo, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (28) que as recentes polêmicas protagonizadas por ele e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, são “página virada”.

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Bolsonaro deu a declaração em entrevista nesta manhã após receber a comenda da Ordem do Mérito Judiciário Militar, em Brasília. Rodrigo Maia estava entre um dos homenageados, mas não compareceu.

Mesmo com as declarações entre ambos terem sido mais ríspidas nos últimos dias, Bolsonaro disse que esse tipo de situação “acontece” e classificou os episódios como “uma chuva de verão”. “Página virada, um abraço, Rodrigo Maia. O Brasil está acima de todos. Acontece, é uma chuva de verão”, afirmou Bolsonaro.

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Enquanto isso, Joice Hasselmann promoveu um café da manhã entre Sergio Moro e Rodrigo Maia, para que também se entendessem. O nome disso é articulação, pragmatismo, deixar diferenças de lado em prol do país, no momento.

Sim, se Moro ainda fosse juiz em vez de ministro, muitos gostariam de vê-lo sacando uma algema do bolso. Mas agora ele é ministro, tem um projeto importante encaminhado ao Congresso, e Maia é o presidente da Câmara. É bom para o país que “façam as pazes”, portanto. Cada coisa no seu devido tempo…

Escrevi mais cedo que há algo que Bolsonaro poderia aprender até mesmo com um sujeito execrável como Lula: mais moderação e pragmatismo no começo de governo, para que seja possível, depois, avançar com a agenda conservadora. É um alerta que vários têm feito, incluindo conservadores.

Luiz Felipe Pondé, em entrevista para Leda Nagle, falou justamente isso logo na abertura: se o presidente der ouvido demais aos militantes mais engajados nas causas dos costumes, poderá nem mesmo continuar no poder:

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Já eu, em meu comentário no Jornal da Manhã da Jovem Pan esta quinta, disse que com uma militância tosca dessas Bolsonaro não precisaria de inimigos do lado de fora:

Parece, ao que tudo indica, que a ficha pode estar caindo para Bolsonaro. Ele precisa se encontrar com mais parlamentares, conversar mais, dialogar, explicar a reforma para o país, arregaçar as mangas e demonstrar que esta é realmente sua prioridade. Ao fazer isso, vai despertar perplexidade em alguns bolsonaristas.

Os mais fanáticos darão um jeito de apoia-lo, pois é o que sempre fazem, mesmo caindo em contradição. Outros talvez fiquem decepcionados com o pragmatismo do “mito”, mas paciência. É atender a essa base minoritária ou ao Brasil, que tem pressa. Que Bolsonaro finalmente entenda o que está em jogo aqui…

Rodrigo Constantino

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