O Palácio do Planalto derrubou uma campanha publicitária do Banco do Brasil estrelada por atores e atrizes negros e jovens tatuados usando anéis e cabelos compridos.
O comercial é marcadamente dirigido à população jovem, um dos públicos que manifestamente o BB quer (e precisa) atrair.
A diversidade, porém, incomodou quem manda.
Sabe-se lá porquê, Jair Bolsonaro se envolveu pessoalmente no caso e procurou Rubem Novaes, o presidente do banco, para se queixar da peça.
Prova de que a crise não é pequena, um executivo de alto escalão pagou por ela. O diretor de Comunicação e Marketing do BB, Delano Valentim, caiu da cadeira.
Alexandre Borges questionou: “Por que banco estatal existe mesmo? Sério que acham que o problema é a propaganda?”. Carlos Andreazza abordou a questão por outro lado: “Por que a surpresa com Bolsonaro vetando anúncio? Ele foi eleito por isso e para isso. É o terreno em que se sente à vontade. E essa será a Presidência que exercerá. Presidente da guerra cultural no Brasil”.
Se há um banco sob o controle do estado, e se quem controla o estado é um governo eleito com certa plataforma, então até é natural que esse governo vá interferir na política de marketing da instituição, para adequa-la ao novo objetivo. Quem quer “lacrar” que o faça com seu próprio dinheiro, ora bolas…
O problema, portanto, não é o presidente interferir numa propaganda de um banco; é a existência de um banco estatal, que permite esse tipo de coisa para começo de conversa! Pergunta se Bolsonaro pode se meter na propaganda do Itaú ou do Bradesco? Pois é. Privatize Já!
Rodrigo Constantino