O ministro da Fazenda Henrique Meirelles parece já ter adotado o figurino de candidato a presidente em 2018. Ao menos já fala como um. De olho no público evangélico, Meirelles falou em valores éticos de Deus e dos homens, e pediu orações para que o país possa voltar a crescer, após ter derrotado a maior recessão de todos os tempos:
Nada contra orar, claro. Cada um tem sua fé. Mas não cai bem para um ministro da Fazenda pedir orações para o crescimento do país, quando o economista nele sabe muito bem que não é de orações que precisamos, e sim das reformas estruturais. Aquelas que ele mesmo defendeu como inadiáveis e vitais, mas que foi suavizando ao longo do tempo, de acordo com as dificuldades políticas encontradas no caminho.
A reforma da Previdência é a principal delas, pois os gastos com aposentadorias representam uma bomba-relógio. É preciso cortar privilégios, especialmente na aposentadoria do setor público, e “tocar a real” para a população de “idosos”, lembrando que sem mudanças todos perderão, pois as aposentadorias pagas perderão valor por conta da inflação.
Aqui podemos ver que o Brasil está literalmente quebrado, o governo faliu. Temos um déficit fiscal primário de quase 3% do PIB, um resultado nominal negativo de quase 9% do PIB, e uma dívida bruta federal rumo aos 80% do PIB. São índices alarmantes, que não serão revertidos com base em preces, e sim num efetivo programa de corte de gastos públicos.
Eis o único caminho certo para retirar o Brasil da lama e fazer a economia voltar a crescer, gerando riquezas e empregos: reformas estruturais. Se até um economista que tem clara consciência disso, por não ser um esquerdista heterodoxo, prefere pedir orações ao povo brasileiro, então fico convencido de que só rezando mesmo para o país não afundar de vez no populismo. Afinal, só por um milagre vamos mudar e sair dessa!
Rodrigo Constantino
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