Quando dizemos que dá certa vergonha de ser brasileiro no exterior às vezes, é esse tipo de comportamento que temos em mente. Os “malandros” que sempre tentam dar um “jeitinho” para se safar das regras impessoais que compõem a civilização. Vejam o que fez essa moça. Pega com excesso de peso na bagagem, partiu logo para o “você sabe com quem está falando?”, que caracteriza nossa sociedade “esperta”. “Eu tenho um amigo que trabalha com Tony Blair”, diz a brasileira tentando intimidar o funcionário do aeroporto.
Mas nos países civilizados não prevalece o “você sabe com quem está falando?”, e sim o “quem você pensa que é?”. O rapaz, sempre muito educado, explicou que nada disso importa, apenas a regra válida igualmente para todos – inclusive Tony Blair. O peso da mala não pode exceder certo limite. Ela teve que resolver da maneira civilizada, não à brasileira: transferir peso para a bagagem despachada. Venceu a civilização. Dessa vez. Vejam:
O tema do meu próximo livro é exatamente esse: o alto custo de nossa malandragem. O Brasil é um país com malandros demais e otários de menos. Não poderia dar certo mesmo. Muita malandragem e jeitinho assim é sinônimo de estupidez. Se todos começarem a bancar os malandros e tentarem dar “carteirada” nos representantes das leis e regras, usando os “amigos” que conhecem gente poderosa por aí, que tipo de país seria criada? Eu respondo: o Brasil. A Inglaterra faz bem de agir de forma mais “quadrada”, mais… otária. Não é mesmo?
Rodrigo Constantino
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