Quando este blog ainda estava abrigado na Veja, escrevi um texto questionando se brasileiro era otário, em que mostrava a gritante diferença de preços entre um mesmo produto no Brasil e no exterior. Teve tanta repercussão que virou uma série com mais de vinte exemplos ilustrando o custo da nossa “malandragem”, e depois acabei lançando um livro com o mesmo título e tema.
Pois bem: volto ao assunto, não para espinafrar o leitor, mas para mostrar como ainda temos chão pela frente até virarmos um país mais… digamos, normal. Minha mulher está trabalhando com redirecionamento de compras, um serviço bem demandado por brasileiros. O motivo é óbvio: compram do Brasil os produtos aqui nos Estados Unidos, e após otimização de embalagens para frete, eles chegam diretamente no destino a um custo bem menor do que nas lojas brasileiras.
Fazendo um levantamento para o Dia das Crianças, algumas comparações realmente chocaram. Não tem câmbio, margem de lucro ou mesmo imposto que possa justificar tanta diferença! É um espanto mesmo. Selecionei apenas alguns casos para que o leitor tenha ideia do abismo, e de como custa caro ser brasileiro. Por isso só rico faz compras no Brasil. Os pobres e a classe média precisam comprar na América mesmo…
Parece que essa casa está na moda, uma febre. Pois é: febre terá o pai que tiver de desembolsar praticamente três mil reais para compra-la! Aqui nos Estados Unidos sai por menos de duzentos dólares, o que dá menos de oitocentos reais, mesmo com câmbio esticado como está hoje. Brasileiro é otário?
Que tal essa bonequinha simpática? Mais de mil reais no Brasil, e menos de noventa dólares aqui. Isso, nunca é demais lembrar, com o americano ganhando, em média, quatro a cinco vezes o que ganha um brasileiro.
Esse aí é a sensação do momento. Eu mesmo comprei para minhas entradas ao vivo na Jovem Pan. Paguei $135 nos meus, pela Amazon Prime, e chegaram no dia seguinte. No Brasil essa brincadeira não sai por menos de R$ 1.600. Brincadeira sem graça, convenhamos!
Vamos colocar o bebezinho no tapete incrementado? Bem, aqui custa menos de sessenta dólares. No Brasil? Acredite se quiser: oitocentos reais!!! Caramba! O que justifica tanta diferença?!
Por fim, Lego é sempre garantia de diversão. Meu filho já adora. Esse aí está bem legal. Só que quando vemos o preço… aqui tudo bem, menos de oitenta dólares. Mas o brasileiro “malandro” vai ter que gastar quase seiscentos reais para levar o mesmo brinquedo! Azedou a diversão…
Pois é, meus caros. O brasileiro gosta de se enxergar como esperto, mas como fica claro, somos é muito otários mesmo! Eu nem deveria reclamar, pois esse tipo de coisa gera oportunidade de arbitragem para quem presta o serviço que minha mulher presta.
Mesmo pagando todos os impostos devidos, o frete e a taxa de serviço, os produtos chegam por muito menos do que nas lojas brasileiras. Mas é revoltante de qualquer jeito. O Brasil precisa, urgentemente, de mais abertura comercial, menos impostos, melhor infraestrutura, livre concorrência. Ou seja, de liberalismo!
Em tempo: parece que a Amazon finalmente vai lançar o serviço Prime no Brasil. Amazon Prime é vida, civilização, comodidade. Quero só ver a logística da empresa em nosso país. Pois se depender dos Correios, que já fazem nova greve, estão lascados! Privatize Já!
Rodrigo Constantino
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