Como cada país trata seus empreendedores? Ou melhor: quem são os heróis de cada povo? Fazer essas perguntas é compreender, em boa parte, porque somos um país pobre, injusto e atrasado, dominado pela violência. No Brasil, os empreendedores não são os heróis, mas sim retratados como “exploradores” por uma classe parasitária formada por “intelectuais”, militantes disfarçados de professores, artistas engajados, políticos de esquerda e sindicalistas.
A maioria dos meus leitores entende perfeitamente eu ter vindo morar em Weston, na Flórida. Alguns reclamam. Mas vejam: recebi nesses dias avisos de multas e alertas de novas medidas caso minha empresa de consultoria não se cadastre logo no sindicato de economistas. Já pago na pessoa física esse lixo chamado Corecon, um antro de desocupados que usam o tempo e nossos recursos para fazer propaganda comunista. Sim, comunista!
O Brasil cansa. A todo instante você é lembrado de por que saiu de lá. O achaque das máfias sindicais, a sanha arrecadatória do estado, a burocracia, a “malandragem”, a insegurança, a mentalidade coletivista, tudo conspira contra aquele que teria capacidade de gerar mais valor para o país, mais riqueza e empregos. E por isso cada vez mais gente tem procurado oportunidades nos Estados Unidos, onde o empreendedor é tratado de forma bem mais amigável (apesar de Obama).
Não só o empreendedor, claro: o trabalhador também! Só alguém muito alienado pode achar que os sindicatos poderosos que temos servem mesmo para proteger o trabalhador. Então por que não é adesão livre? Nos Estados Unidos os trabalhadores gozam de bem menos “conquistas legais”, e não obstante a qualidade de vida é muito melhor, assim como os salários. Esse vídeo de Flavio Augusto, da rede Wise Up e que possui um time de futebol em Orlando, não é novo, mas chegou a mim hoje por um grupo de brasileiros que vivem na América. Vejam:
É a pura verdade! Somos muito maltratados no Brasil, pelo governo, pelos sindicatos, por todos os parasitas que dominam o poder. E ainda somos vítimas dos marginais, que acabam tratados como “vitimas da sociedade” pela esquerda podre, essa que tem culpa no cartório pela situação caótica em nosso país.
Fui jantar ontem num charmoso restaurante em Boca Raton, especializado em fondue. É empreendimento de brasileiros, de mineiros. Garçons brasileiros, manobrista brasileiro, clientes brasileiros (dois casais de gaúchos na mesa ao lado me reconheceram e elogiaram meu esforço de mudar o Brasil). Mas com uma “pequena” diferença: em ambiente de primeiro mundo, com segurança, com boas estradas, com um entorno decente, bonito. Fui embora no meu novo conversível com a capota arriada, sentindo o vento no rosto, uma sensação de liberdade que não podia desfrutar no meu próprio país.
Sempre que alguém reclama de ou inveja o fato de que brasileiros estão vindo morar na América, empreender por aqui, procurar oportunidades de emprego, fica evidente o motivo de nosso fracasso. Culpar quem sai é tapar o sol com a peneira, é não enxergar que nosso país não tem dado as mínimas condições para quem fica e quer construir riquezas. Ao contrário: nosso país cospe nessa gente, pisa nos empresários, nos criadores de riqueza. Assim não tem como dar certo mesmo.
Poucas coisas me irritam tanto quanto alguém acusar aquele que, como eu, fez a melhor escolha pessoal e para a família de “traidor da Pátria”, como se o simples fato de permanecer no Brasil, mesmo sem nada fazer de concreto por ele, fosse a maior prova de patriotismo. Que culpem a esquerda caviar que vem para cá em vez de ir para a Venezuela, mas não eu! Alguém está disposto mesmo a dizer que faço pouco pelo meu país, ou que sou incoerente? Não querem patriotas; querem mártires! E não tenho vocação para santo nem mártir…
A acusação de “complexo de vira-latas” ou de “deslumbrado” é muito infantil, pois foge do cerne da questão: qualquer um com apreço pela civilização, pelo básico que chamamos de direitos, deveria mesmo ficar “deslumbrado” num lugar onde as coisas funcionam! Isso é simples realismo. Triste é ter que fingir que o ruim é o máximo só porque é “nosso”. É também o jeito mais garantido de nunca mudar o que é ruim.
Se desejamos reduzir ou mesmo inverter o “brain drain”, a fuga de cérebros do país, então é preciso mudar o país, a começar por sua mentalidade, por esse nacionalismo boboca que precisa ver “paraíso” onde há apenas inferno e culpa aquele que sai em busca de melhor qualidade de vida. E precisamos, claro, mudar o ambiente de negócios, tratar com mais carinho o empreendedor, aquele que cria riquezas. Os incentivos importam. Afinal, os indivíduos reagem a eles.
Rodrigo Constantino
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