California vai dar $500 por mês para famílias pobres: Finlândia tentou e desistiu de programa

A California, o estado mais “progressista” dos Estados Unidos – e também o mais endividado, com maior imposto e mais burocracia, nada disso coincidência – resolveu fazer um experimento social: o governo pretende dar $500 mensais por um ano para famílias pobres, para “estimular seus espíritos e colocá-las na rota da prosperidade”.

A crença dos esquerdistas é a de que se o governo der essa ajuda inicial, as pessoas vão se animar e buscar o sucesso pessoal com mais afinco. Nunca leram Spencer, que alertava justamente o contrário: tudo aquilo que é subsidiado tende a aumentar. Ou seja, se a pobreza é recompensada, se a preguiça é estimulada, então elas vão crescer, não diminuir.

A premissa “progressista” é a de que não é mais verdade que o trabalho duro garante ou ajuda no sucesso. Os “progressistas” encaram a pobreza (e a riqueza) como uma loteria, pura chance, eximindo os indivíduos de qualquer responsabilidade ou participação na coisa.

A globalização e a tecnologia de automação seriam responsáveis por mais desemprego, numa versão reeditada do velho ludismo, que seduz muitos no Vale do Silício. A desigualdade é a grande obsessão da esquerda, que ignora o aumento da desigualdade quando o governo interfere tanto na economia.

Mark Zuckerberg, o bilionário fundador do Facebook, é um dos ícones dessa visão “progressista”. Em um discurso em Harvard em 2017, ele disse que a ideia da renda básica universal deveria ser explorada, para que cada um tivesse um “colchão” para testar novas ideias. Os bilionários vivem numa bolha e acham que todos são empreendedores de start-up de tecnologia lá fora…

A ideia, porém, não é nova, e países europeus testaram esse mecanismo antes. A Finlândia foi um dos precursores, mas recentemente decidiu abolir o programa. Cerca de duas mil pessoas desempregadas recebiam 560 euros por mês, mas pelo visto a coisa não estava funcionando conforme o previsto pelos idealizadores. A decisão abrupta de interromper a mesada tomou a esquerda de surpresa, mas vida que segue: por que tentar aprender lições com erros passados se sempre é possível reinventar uma roda quadrada?

A Cassandra liberal aqui, o chato “insensível” que se atém aos fatos e lógica, avisa antes que não vai funcionar na California também. Mas e daí? O dinheiro, que vai sair dos cofres públicos, não das contas particulares de Zuckerberg e companhia, vai alimentar a preguiça e incentivar a corrupção e a mentira. Pode acabar, em vez de destinado a uma start-up de tecnologia, no consumo de drogas. O skid row, a “cracolândia” em Los Angeles, vai se expandir, tomando mais ruas californianas.

Mas quem liga? Não a elite “progressista” presa em sua bolha e em busca de expiar seus “pecados” e se sentir com a alma mais bondosa que já habitou esse planeta. É preciso ter fé, companheiros. Amém!

Rodrigo Constantino