A crítica vinha sendo implacável com a nova superprodução da Marvel, que estreiou nos cinemas nesta sexta. Lá fui eu com minha filha de 17 anos assistir “Capitã Marvel”. Ser pai é isso: levar a filha para ver proselitismo feminista e poder apresentar os contrapontos depois. Não foi nem necessário…
Minha filha detestou, quase dormiu no filme. Eu também! Como ela tinha aula cedo hoje, e fomos na sessão de quase 21h, ela sugeriu, um tanto receosa, pois sabe como detesto desperdício: “pai, podemos ir embora no meio?”. Confesso: foi música para meus ouvidos! Nunca faço isso, mas estava lutando bravamente para manter os olhos abertos.
Consenti, e ainda tivemos tempo para comer uma ótima pizza, que degustei acompanhada de uma taça de vinho (estava precisando). Troca excelente. O filme é chato. É ruim. Apenas isso. Nem vi – até a parte que aguentei, acho que pouco mais da metade – tanta lacração assim. Ok, a mulher “empoderada”, algumas tiradas sem graça com viés feminista, os terroristas que de uma hora para outra se mostram legais, a virada caricata do herói em vilão, tudo bem, faz parte de uma filme de super-herói.
O problema nem está em qualquer viés “progressista”. O filme é só arrastado mesmo, chato, sem graça, caricato demais. E achei a atriz bem ruinzinha também, “caras e bocas” demais da conta. Sua beleza não compensa – não é uma Angelina Jolie da vida, uma Gal Gadot. Aliás, “Mulher Maravilha” dá um banho em “Capitã Marvel” como entretenimento!
E eis o ponto: “Pantera Negra” também teve certas “lacradas”, foi um filme feito para se encaixar no discurso ideológico de vitimismo das minorias, mas é um bom filme! É divertido! Gosto é meio subjetivo, claro. De gustibus non est disputandum. Mas gostei tanto de “Mulher Maravilha” como de “Pantera Negra”.
Que Hollywood está ficando um saco “progressista”, dando lição de moral o tempo todo, priorizando a narrativa mimizenta acima de qualquer qualidade técnica ou artística, isso já sabemos. Mas eis o pior, em minha opinião: impedir o debate sobre mérito, sobre qualidades objetivas, com a blindagem “progressista”.
E é exatamente isso que estão fazendo com “Capitã Marvel”. Muita gente criticou o filme porque o considerou ruim mesmo, chato, como eu. Mas imediatamente os produtores, artistas envolvidos e feministas saíram em “defesa” da obra. Como? Argumentando sobre sua qualidade? Não! Rotulando os críticos. Se você não gostou do filme, isso só pode ser porque você é um machista que não tolera uma mulher no papel principal, uma heroína!
Bullshit! Não adianta você rebater que gostou de “Mulher Maravilha”. Lógica e coerência não fazem parte do repertório esquerdista. O “progressismo” serve justamente como escudo para qualquer crítica legítima. Se você criticava o governo Obama, claro que era prova de que não passa de um racista que não tolera um negro na presidência! A política de identidade serve para calar críticos, encerrar o debate antes de ele começar, impedir qualquer troca minimamente objetiva sobre fatos.
Pela reação dos meus seguidores, a imensa maioria que viu também não gostou do filme. Alguns tentaram argumentar que não precisamos politizar tudo. Concordo! Mas eis a minha crítica: quem está politizando tudo é a esquerda! Eu queria apenas ver um filme divertido, com boa produção, cenas legais de luta, e uma história razoável. Não encontrei nada disso.
Resgataram uma heroína apagada dos quadrinhos, que nunca teve muito destaque, e fizeram um filme duro de engolir. Mas não podemos constatar isso, pois é prova de como somos machistas misóginos, que não suportamos uma mulher no comando. Haja saco para aturar esse mundo moderno subvertido pelo vitimismo afetado dos “progressistas” hipócritas!
Rodrigo Constantino