Se uma fonte entrega material de interesse público a um jornalista, ele tem o direito de torna-lo público. É uma decisão editorial, claro, e há motivos de sobra para decidir não publicar também. Mas se há uma coisa que não está entre as possibilidades do jornalismo sério é justamente filtrar trechos, publicar vazamentos seletivos a conta gotas, sequer escutar as partes mencionadas. Isso é militância partidária ou até cumplicidade no crime, mas jamais jornalismo sério.
Não obstante, o militante ideológico Glenn Greenwald, que reclamava em julho de 2018 que a mídia tinha pouca capacidade para “bater” em Bolsonaro…
…que acha que a prisão de Lula foi um “golpe”, esse mesmo Greenwald, fundador do site The Intercept, justificou essa decisão de publicar aos poucos o material a que teve acesso com base na desculpa do bom jornalismo:
É o ápice da cara de pau! O sujeito fez um vazamento seletivo, deu até aqui um tiro de festim enquanto anunciou uma bomba atômica, e ainda chama isso de jornalismo certo, de prudência? A quem ele quer enganar?
Além disso, como apontou O Antagonista, Greenwald acabou se entregando ao falar de proteger sua fonte, que antes era tratada como anônima:
Glenn Greenwald, cúmplice de hackers, disse hoje em entrevista: “Nós ficamos muitas semanas planejando como proteger a nós e a nossa fonte contra os riscos físicos, riscos legais, riscos políticos, riscos que vão tentar sujar a nossa reputação.” Mas ele não afirmou que a fonte do seu material contra Deltan Dallagnol e Sergio Moro é anônima? Como ele pode proteger uma fonte anônima?
Tudo muito estranho e suspeito. Não custa lembrar que seu parceiro, David Miranda, assumiu como deputado no lugar de Jean Wyllys, do PSOL, que desistiu do mandato com a desculpa esfarrapada de medo de viver no país e sofrer o mesmo destino de Marielle Franco.
Wyllys foi passear pela Europa, o que custa caro, enquanto o companheiro de Greenwald, que já foi detido pelo Reino Unido por várias horas suspeito de espionagem ao levar material sigiloso para o namorado, permaneceu no cargo eletivo, ele que também é militante LGBT.
Do PSOL se pode – se deve! – esperar tudo! É um partido fundado do apêndice petista, e tem até terrorista entre seus fundadores. É um partido que defende oficialmente o regime ditatorial venezuelano.
Os nomes envolvidos nesse caso, portanto, suscitam todo tipo de desconfiança legítima. Greenwald ganhou notoriedade e fama com o caso Snowden, que entregou segredos de estado dos Estados Unidos, colocando em risco a segurança nacional do país. Há indícios de ligações com os russos.
O “cúmplice de hackers” foi reclamar que Sergio Moro usa O Antagonista como fonte, e recebeu a resposta que merecia:
Glenn Greenwald, cúmplice de hackers travestido de jornalista, disse que Sergio Moro “usa” O Antagonista para defender-se:
“(…) Ele está usando o Antagonista para muitas coisas, o tempo todo. Ele está sempre citando o Antagonista, vazando para o Antagonista, todo mudo sabe disso…
O fato de ele usar o Antagonista mostra, para mim, que agora ele sabe que é o único apoio que vai ter — a identidade dele não é mais de juiz apartidário, agora Moro sabe que é uma figura da direita extremista.
E ele vai continuar assim porque todo mundo sabe que Moro não é uma pessoa contra a corrupção mas uma pessoa que faz corrupção quando quiser. E usar o Antagonista mostra que a única preocupação é o que a direita está pensando sobre os comportamentos dele.”
Greenwald é usado pelo russo Vladimir Putin para desestabilizar democracias. Todo mundo sabe disso.
Preferimos Moro.
O grau de parcialidade de Greenwald, Miranda e The IntercePT salta aos olhos e faz até um cego enxergar a militância desvairada. A meta é destruir Moro, a Lava Jato, o governo Bolsonaro. Tudo bem. Entra na fila, pode dar as mãos aos petistas e psolistas, aos sindicalistas e invasores de terras, aos corruptos do centrão e lideranças “estudantis”. Mas por favor: só não chame isso de jornalismo!
Rodrigo Constantino
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