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Carta a meus filhos: essa semana a democracia, que quase morreu com o PT, foi salva!

Meus filhos,

Vocês estão sendo criados longe do Brasil, mas são brasileiros. O que acontece lá é e sempre será importante para nós, pois nossa história tem forte ligação com este lindo País, infelizmente tão mal-tratado.

Seu pai se considera um “soldado da causa liberal”, e se tornou figura pública ao comprar brigas com aqueles que gostariam de transformar o Brasil numa Venezuela. Tento, há anos, levar algum bom senso ao debate, mostrar caminhos alternativos que nos permitiriam maior progresso, liberdade e justiça. Não é uma luta fácil num ambiente tão hostil à liberdade, aprisionado em ideias ultrapassadas de esquerda.

E quando a ala mais radical dessa esquerda chegou ao poder, a coisa realmente degringolou. Quem tinha um pingo de conhecimento histórico e honestidade intelectual sabia muito bem o perigo que o PT representava para nossa economia, nossa democracia, nosso futuro.

Remei contra essa maré vermelha desde o começo, mesmo quando a popularidade do chefe dessa quadrilha era enorme, por conta de uma “prosperidade” ilusória causada pelo crescimento chinês, o baixo custo de capital no mundo e o bônus demográfico. Era ridicularizado por muitos, e tratado como maluco ao apontar para a insustentabilidade da situação de bonança.

Quando ficou mais claro que a coisa ia mesmo implodir, mais e mais gente foi se dando conta de que aqueles alertas que eu e uns poucos fazíamos eram verdadeiros. O país mergulhou no caos, o desemprego cresceu muito, a inflação voltou e os valores morais ficaram completamente degradados. Nossa democracia estava em xeque. A Venezuela era logo ali.

Quando Dilma venceu por pequena margem, nas urnas eletrônicas, seu segundo mandato, apesar de muito dessa essência já estar evidente, foi a gota d’água, e decidimos – eu e sua mãe – sair do Brasil, respirar ares mais livres e civilizados, resgatar o direito básico de ir e vir, oferecer maior segurança para vocês – Antonio nem era nascido ainda, mas era já um sonho nosso.

Encurtando uma longa história, milhões de brasileiros decentes – e sim, eles existem e são maioria – foram às ruas protestar, tivemos o impeachment legítimo da presidente, e raiou um sol de esperança. Claro que o lado de lá reagiria, e tentou impedir os avanços, as reformas, e também a Lava Jato, que combatia a impunidade dos poderosos.

Com a prisão de Lula, tivemos um marco importante nessa luta. O chefe da quadrilha mais perigosa do país, o líder das esquerdas jurássicas, aquele que mirava nos exemplos sórdidos de Cuba e Venezuela, estava atrás das grades. Não pensem que foi fácil. O Brasil não se parece nada com os Estados Unidos. Lá a lei não vale muito para gente como Lula. Mas conseguimos!

E foi fundamental, uma vez mais, a pressão da população ordeira, trabalhadora, que tomou as ruas. Também ajudou o alerta de alguns generais, de que não tolerariam desordem e caos, pois sua função constitucional prevê ação justamente nesses casos. O recado deles era claro: o Brasil não será transformado numa Venezuela na marra. As Forças Armadas não tinham sido cooptadas pelos socialistas, como ocorreu no país vizinho.

A democracia, que quase foi morta pelo PT, sobrevivera, graças aos milhões de brasileiros de bem, incluindo generais. Claro que muitos “jornalistas”, os mesmos que foram cúmplices desse golpe petista o tempo todo, chiariam. Falaram em defesa de Lula, acusaram o “ódio” ao cínico bandido como fruto de “preconceito de classe”, tentaram bancar as vítimas de militares opressores. Não foi nada disso!

Sei que “historiadores” sempre tentam recontar os fatos com o filtro de sua ideologia, quase sempre de esquerda. Foi assim em 1964, quando comunistas tentaram transformar o Brasil em Cuba e foram impedidos pelos militares, com amplo apoio popular. Não vivi naquela época, mas fui buscar os fatos em fontes certas, longe do revisionismo histórico dos próprios socialistas perdedores.

Mas esses anos agitados de 2018 eu vivi, bem de perto, e posso garantir a vocês: a extrema-esquerda contava com o apoio de uma minoria barulhenta e organizada, e mais nada. A imensa maioria estava contra esses safados, e a raiva ao seu líder máximo era totalmente justificável, não por idiotices como “preconceito de classe” ou coisas do tipo, e sim pelo grau de destruição causado ao país e ao seu cinismo psicopata, um escárnio com nossas instituições e povo.

Aqueles que falam em “ódio das elites” ao “ex-presidente popular”, portanto, são mentirosos, diria até canalhas, e tentam enganar seus leitores com uma narrativa cafajeste sem qualquer respaldo na realidade. O Brasil, com a prisão de Lula, deu um grande passo rumo ao futuro, para salvar a democracia. E seu pai tem muito orgulho de ter feito parte nessa luta.

Espero que um dia vocês também tenham, pois não podemos simplesmente abandonar o Brasil, entrega-lo de bandeja para esses criminosos socialistas. Nossas raízes estão todas lá. E o povo brasileiro merece um futuro melhor. É nosso dever cívico e patriótico, de todos nós que temos algum esclarecimento maior do que está em jogo, arregaçar as mangas e contribuir na construção de uma nação que dê, finalmente, orgulho a todos nós.

O preço da liberdade é a eterna vigilância, e é preciso ter coragem para enfrentar seus inimigos, que infelizmente são muitos, especialmente no Brasil. Lembrem-se sempre da frase do grande Edmund Burke: “Tudo que é necessário para o triunfo do Mal é que as pessoas de bem nada façam”.

Um beijo,

Papai.

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