As feministas bem que tentaram. Afinal, era uma delas que estava casando com seu príncipe encantado, e como perder a oportunidade de “lacrar”, ainda mais lembrando se tratar de uma atriz americana divorciada e negra?!
A mídia fez de tudo. Destacou os músicos negros, como se isso fosse impensável em se tratando da monarquia britânica. Falou do “fantástico” fato de que os ingleses levaram a escravidão para a América, ignorando que a escravidão existia desde tempos imemoriais e foram os ingleses que acabaram com ela. Tentou até, vejam só!, afirmar que o vestido da noiva era “feminista” e “globalista”, o que deve ter sido obra de alguma estagiária de cabelo roxo fazendo plantão na redação:
Mas nada disso adiantou. Para o público em geral ficou só a bela cerimônia mesmo, a lembrança de que a mulher vem antes da feminista, que o amor continua atraindo, que todas sonham em encontrar seu príncipe encantado. E claro, que o cavalheirismo e a tradição não morrem, apesar do feminismo:
O professor português João Carlos Espada comentou hoje sobre o casamento, e vale a pena refletir sobre seus pontos. Eis alguns trechos:
A adesão e interesse populares que o casamento do Príncipe Harry e Meghan Markle no passado sábado despertou entre a população britânica legitimamente gerou curiosidade e surpresa entre os observadores do resto do mundo, sobretudo nas democracias republicanas da Europa continental. É bom que assim seja: estamos perante mais uma surpreendente demonstração de apoio popular a uma monarquia constitucional que desafia grande parte dos dogmas politicamente correctos ainda dominantes entre nós.
Devo talvez apressar-me a esclarecer que não pretendo defender os sistemas políticos monárquicos contra os republicanos. Pretendo simplesmente contrariar, com base nos factos, a crença secular de que um regime democrático assenta necessariamente num sistema laicista e republicano. E pretendo contrariar a crença secular de que um regime democrático necessariamente resulta de uma Revolução contra o Antigo Regime monárquico e aristocrático.
Talvez a característica mais saliente da monarquia constitucional britânica resida no facto de ela não ter sido centralmente desenhada por ninguém, por nenhuma “revolução fundadora”. Ela simplesmente emergiu da gradual adaptação a novas circunstâncias e do compromisso e moderação entre correntes e partidos rivais. Neste ponto crucial, ela difere da maior parte dos regimes republicanos que resultaram de revoluções fundadoras — bem como das monarquias absolutistas que, em nome de “princípios fundadores”, não souberam adaptar-se a novas circunstâncias e não souberam reconhecer a primazia dos Parlamentos.
[…]
A surpreendente adesão popular ao casamento real anglo-americano do passado sábado parece corroborar a existência de um mistério britânico, assente numa “corrente de ouro” entre passado e presente, tradição e progresso. Em suma, numa preferência fundamental pela reforma gradual, pela moderação e pelo compromisso, em detrimento da revolução, do fanatismo e do tribalismo.
As pessoas adoram odiar a monarquia britânica, mas ela continua despertando total interesse e, muitas vezes, reverência, respeito, admiração, encanto. Como vimos no casamento do príncipe com a atriz americana. Eu cheguei a alfinetar as esquerdistas: “Só de olho em você que é socialista feminista revolucionário antimonarquista e contra o casamento tradicional babando aí com a bela cerimônia do casamento real britânico, da atriz com seu príncipe encantado…”
E para as feministas, o que restou? Bem, além de tentar “lacrar” de todo jeito com um casamento marco da tradição, envolvendo monarquia, vestido branco, regras estabelecidas e tudo mais, restou destilar seu ressentimento em público mesmo, para ser alvo do desprezo ou da pena de milhares de pessoas:
Pobrezinha…
Rodrigo Constantino
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