Por Thiago Kistenmacher, publicado pelo Instituto Liberal
Eu já escrevi sobre o Islã e o terrorismo aqui no Instituto Liberal. Também falei que conheço alguns muçulmanos que me são caros, nenhum é radical. Certa vez, quando conversava com uma amiga descendente de palestinos, muçulmana, e que vive na Palestina, ela me disse que não considerava o Estado Islâmico um grupo muçulmano. Discordei. Disse que o Estado Islâmico é, sim, muçulmano e que, por sua vez, não julga os moderados como verdadeiros fiéis. Sabemos que o islã é dividido desde a morte do profeta Muhammad (571 – 632). Um católico conservador pode não considerar um teólogo da libertação como um legítimo católico; o luterano pode pensar que o catolicismo não é a melhor maneira de ser cristão; o católico pode não conceber os neopentencostais como cristãos genuínos etc. Mas todos, na sua maneira, são isso ou aquilo. Os exemplos abundam. Por esta razão penso ser mais prudente não sair em defesa plena de nenhuma religião em específico; há de se analisar caso a caso, embora, obviamente, os terroristas contemporâneos se explodam em nome de Alá, e não em favor do Papa Francisco.
Fiz esta introdução porque gosto de separar as coisas. Nem todo muçulmano compactua com o terror. Alguns vivem a jihad do esforço pessoal, já alguns outros, vivem a jihad concebida como “guerra santa”. Mas agora vamos ao tema que dá título ao texto.
Ontem (22/05) vimos mais um atentado islâmico em Manchester. Isto posto, faço a pergunta: o Big Ben e a Torre Eiffel se tornarão minaretes? A julgar pela letargia do Ocidente diante do seu próprio carrasco, tudo indica que sim. Se continuarmos a criar tontos que saem com cartazes dizendo “Respect our women” após estupros praticados por imigrantes e militantes de esquerda que se deliciam com o exotismo de bandos terroristas, o Ocidente, tal como o conhecemos, perecerá.
Se os ingleses continuarem aquiescendo com cartazes escritos “Sharia Controlled Zone” em bairros londrinos, sim, o Big Ben se transformará num minarete e a Catedral de Westminister será uma mesquita. Como cético que sou, não acredito na perenialidade de qualquer cultura ou civilização, organismos vivos que se transformam ao sabor dos tempos. Mas não é por isso que precisamos virar carne moída dentro da nossa própria casa. O pacifismo também mata, e no nosso caso, ele é suicida. Portanto, me recuso a aceitar a ideia de que devamos ser condescendentes com o martírio que o relativismo cultural nos propõe.
Antes de tudo, os terroristas devem ser encarados como terroristas, como o filósofo Luiz Felipe Pondé escreveu aqui. Por esse motivo, precisam ser combatidos não com documentários emotivos, mas através de políticas de combate ao terrorismo – até mesmo para conter a xenofobia crescente – e, claro, inevitavelmente, de armas em punho. O estoicismo de Jesus Cristo, Gandhi e Martin Luther King Jr pode ser tocante, mas é ineficaz em face de um lunático pronto para descarregar sua AK-47.
O desarmamento da população civil, o relativismo, o politicamente correto e pacifismo ocidental formam um kit-suicídio que deleita o algoz. Em situações de extrema violência a diplomacia é uma quimera que só se sustenta nas páginas dos livros de sociologia barata. Dado isso, é importante ter em mente que a situação atual é urgente e que, por este motivo, é vital que se façam escolhas urgentes. Aliás, não fazer nenhuma escolha, neste cenário apocalíptico, é optar pelo martírio consentido.
Gostaria de replicar o que já escrevi por aqui no dia 27/06/2016:
“Talvez quando estivermos todos vivendo sob um califado, nossas mães e irmãs trajando niqabs pretos e nós, homens, tendo que nos curvar em direção à Meca cinco vezes por dia dentro daquilo que havia sido a Catedral da Sé, alguém comente em voz baixa: ‘Você lembra daquele livro publicado em 2015 [Submissão, de Michel Houellebecq] e que se passa numa França dominada pelo islamismo? Achei que fosse de ficção, não o relato de uma premonição.’”
Espero estar errado, mas tendo em vista a fraqueza ocidental contemporânea e suas políticas estéreis de “conscientização” politicamente corretas, seus homens lutando por ciclovias e pela alface em detrimento do consumo de carne, é bastante plausível que Ocidente se torne ele próprio um grande abatedouro.
Não podemos culpar o Ocidente pelos ataques praticados por muçulmanos, mas podemos e devemos culpá-lo pela covardia que se instalou em sua própria alma. É preciso reagir com vigor ou aceitar virar bucha de canhão.
E você, leitor, acha que a Catedral de Westminster será uma mesquita e o Big Ben se tornará um minarete?
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