Chris Evans diz que vai “cortar laços” com Tom Brady se ele apoia Trump mesmo: onde fica a tolerância às divergências?!

O ator de Hollywood Chris Evans, mais conhecido pelo seu personagem em “Os Vingadores” como Capitão América, odeia tanto Trump que disse que “cortaria laços” com o jogador Tom Brady se ele realmente apoia o presidente. Ele fez o comentário numa entrevista publicada nesta quarta no Hollywood Reporter. Ele respondia a uma pergunta se faria o papel do astro da NFL num filme biográfico.

“Eu não sei”, respondeu o “capitão”. “Eu realmente espero que ele não seja um apoiador de Trump”, explicou. “Eu apenas espero que ele seja um daqueles caras que talvez tenha apoiado ele mas agora se arrependa”, acrescentou. “Talvez ele pensasse que fosse ser diferente – e mesmo isso já me incomoda – mas talvez haja uma chance agora de ele considerar Trump um absoluto imbecil de merda, o que ele é”, concluiu.

Brady, marido de Gisele Bundchen, é considerado um apoiador de Trump desde que um boné MAGA foi visto em seu armário no vestiário. “Se ele não mudou, se ele ainda estiver nesse trem do Trump, eu talvez tenha que cortar laços”, alfinetou o ator. Brady nunca confirmou nem negou os rumores sobre apoio às políticas de Trump, tendo apenas comentado que o conhece há anos e que possuem uma relação amigável.

Numa entrevista em 2017, Brady desabafou: “Por que isso é uma grande polêmica? Eu não entendo isso”. Pois é. Não é para entender mesmo. Ninguém mais pode ser sequer amigo de Trump ou de algum eleitor de Trump. Ao menos não em Hollywood. Por lá isso é sinônimo de defender o nazismo, a escravidão, o enforcamento de homossexuais. Pois, como todos sabemos, são exatamente essas as bandeiras de Trump, não é mesmo?!

Isso mostra apenas o grau de radicalismo dessa turma “liberal”, que ironicamente fala muito em tolerância e diversidade. Tudo pura hipocrisia, claro! Não toleram a mais singela divergência, e praticam patrulha digna de stalinismo contra quem ousa pensar uma vírgula diferente. Fazem caça às bruxas, intimidam, tentam impor o “pensamento” único por lá. Um sujeito bacana como Brady, que não costuma se meter muito em política, passa a ser um pária só por ter amizade com Trump. Eis o nível da coisa em Hollywood.

Evans pode não saber, mas o personagem que lhe deu fama e fortuna é um ícone do patriotismo americano, valor cada vez mais associado apenas aos republicanos, já que os democratas adoram cuspir no legado da nação, nos militares, no próprio conceito de patriotismo. Evans disse que não pretende mais fazer o Capitão América depois de “Endgame”, que vai “aposentar” o personagem pois quer novos desafios. Ele poderia fazer nas telinhas, quem sabe?, o papel de Che Guevara. Nem vai precisar atuar muito em relação ao perfil intolerante e persecutório do guerrilheiro…

Rodrigo Constantino