Ciro Gomes é o típico político brasileiro, uma espécie de “coronel nordestino” que confunde truculência com firmeza. Que ele seja visto por tantos como uma alternativa concreta é prova do atraso nacional. “Ao menos o cabra é macho e tem coragem”, repetem os incautos que misturam arrogância e truculência com coragem.
Ciro é tão corajoso, mas tão corajoso, que não tem coragem sequer de citar o meu nome quando fala de mim, preferindo bancar o “superior” ao se referir à minha pessoa como “o menino da Veja”:
CIRO GOMES EM: QUAL É O NOME DAQUELE MENINO QUE TOMOU UMA SURR…Agora Constantino surta. Vai fazer um vídeo desabafo chamando Ciro de socialista, estatólatra, comunista… hahahah#cironapalm
Posted by Ciro Molotov on Terça, 24 de novembro de 2015
Que Ciro queira bancar o coronel machão, vá lá; mas que queira bancar o professor de economia, isso já é demais da conta! O sujeito que não acha viável encontrar um bilhão para cortar nos gastos públicos trilionários! O nacionalista que acha que a globalização não é um bom caminho para a prosperidade!
Ciro apoiou o governo petista e seu irmão foi ministro de Dilma. Ciro não fez alertas quanto aos riscos inflacionários da “nova matriz macroeconômica”, ao contrário de mim. Mas agora Ciro quer dar aulas sobre as origens do fenômeno inflacionário, sem nada conhecer de Milton Friedman ou de Mises. É muita pretensão!
Se Ciro tivesse mais humildade para estudar economia de verdade, ele saberia que o “nacional-desenvolvimentismo” adotado por Dilma levaria inexoravelmente ao quadro atual de estagflação. Foi o que eu previ já em 2010. Hoje temos inflação acima de 10% e atividade econômica com queda de 3%. Para Ciro, um paradoxo que o pegou de surpresa. Para os economistas sérios, o resultado inevitável do modelo inflacionista do PT.
Mas o que seriam dos políticos medíocres sem a retórica truculenta? O homem precisa bancar o machão sábio para a plateia de analfabetos. Não vou estragar sua festa. Todo circo precisa de um palhaço. Só não venha querer ser o meu governante, porque aí já não há graça alguma na piada…
Rodrigo Constantino
