Nessa semana aconteceram duas coisas, uma comigo e outra com um amigo, que são rotineiras aqui nos Estados Unidos, mas que gosto de compartilhar com meus leitores, para comparar o cotidiano num país de primeiro mundo com aquele do nosso querido Brasil, e constatar como estamos distantes da civilização. Cheguei a usar várias dessas comparações do dia a dia em meu Brasileiro é otário?, justamente para mostrar onde podemos chegar, se mudarmos nossa cultura e nosso mecanismo de incentivos.
O primeiro caso foi bem banal e é parte da vida de todos aqui. Fui ao supermercado Publix agora fazer umas compras, e no caixa a senhora disse que um dos produtos estava sem o código de barras. É a caixa de leite em pó que compro para meu filho. Como é algo que compro sempre, sei o preço de cor, incluindo os centavos, e disse a ela. Sua reação: “Confio em sua palavra”. E digitou o preço que eu disse, para me liberar logo.
O outro caso aconteceu com um amigo meu. Ele teve o carro roubado, o que já é bem mais raro aqui (alguns abusam da sorte e deixam a porta destrancada). Conseguiram prender o ladrão, o que é bem mais comum aqui. A polícia disse, então, que iam cobrar dele, o ladrão, os mil dólares que foram pagos pela franquia do seguro. Essa semana chegou o primeiro cheque pelo correio, de $115,38. Outras prestações certamente virão até saldar o montante total. O cheque veio do Florida Department of Corrections. Bandido aqui é preso e ainda tem que pagar pelo crime – literalmente.
Alguém fica surpreso com o fato de o PIB da Flórida ter atingido $1 trilhão? Se fosse um país, a Flórida seria a décima-sétima economia do planeta. Sob um governo republicano, o estado tem facilitado a vida dos empreendedores, o que ajuda a estimular o crescimento, e conta com o império das leis e a cultura da confiança presentes no país. O povo é em grande parte latino, mas as instituições e a mentalidade são americanas. Dessa forma, é uma espécie de América Latina que deu certo.
O “milagre econômico” não é tanto um milagre, e sim a compreensão pelo grosso da sociedade do que permite o crescimento e a produção de riquezas. Uma sociedade de confiança depende dessa visão de cooperação, onde as trocas voluntárias levam a uma situação de ganhos mútuos, ao contrário da visão marxista de economia como jogo de soma zero, onde para alguém ficar rico, alguém tem que perder.
Agora pergunto: se a caixa do supermercado brasileiro pergunta ao cliente quanto custa o produto sem código de barras, quantos responderiam dando um preço menor do que o real? O problema do Brasil é que tem “malandro” demais para otário de menos, e criamos, assim, uma sociedade de otários…
Rodrigo Constantino
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