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Coletivismo, estatismo e conflito de interesses

Por Roberto Rachewsky, publicado pelo Instituto Liberal

Para entrar na minha alça de mira, que segue os eixos cartesianos, basta mover-se para o lado do coletivismo, ou seja, o lado que entende que o indivíduo está a serviço da sociedade, ou para o lado do estatismo, ou seja, que entende que as relações entre os indivíduos devem se dar com a intermediação do estado em vez do livre mercado.

Qualquer um que defenda leis positivas, que obriguem os indivíduos a agir contra a sua vontade ou os impeçam de agir em liberdade, entendendo liberdade como a ausência de coerção, será alvo de críticas.

Todos aqueles que andarem no sentido oposto, ou seja, que trabalharem para que os indivíduos e o mercado, que nada mais é do que indivíduos em ação, possam experimentar menos regulação e taxação, terão o meu apoio.

Lembro que críticas não são necessariamente manifestações deletérias. Pelo contrário, para mim, críticas que levam em conta evidências objetivas e premissas lógicas têm mais valor que elogios demagógicos, equiparando-se a elogios sinceros.

Esse negócio de alinhamento incondicional é coisa de religioso dogmático. Vejo muitos amigos aderindo a ideias ou pessoas como se fossem uma horda, mesmo quando a razão não está do seu lado, o que faz com que tomem posições equivocadas baseadas em premissas questionáveis.

É claro que às vezes estamos errados achando que estamos certos, mas se as premissas são revisadas, se as contradições se mantém, o conflito de interesses persistindo, o melhor é recolher os pertences e esperar que a razão volte a preencher as mentes.

Há debates que incendeiam as amarras da emoção e fazem com que se perca o foco, logo, com que se perca a razão.

Todos os que prezam a liberdade não toleram os totalitários e os tiranos, mas quando a liberdade é posta em jogo por seus defensores para combater seus oponentes, é preciso cuidado, porque o próximo passo pode ser um passo em falso.

Esse é o problema dos pragmáticos que assassinam seus próprios princípios e com eles seus aliados com a mesma facilidade com que querem derrotar seus inimigos.

Uns defendem que é preciso dar um passo atrás para avançar dois passos à frente, mas quem também disse isso foi Lenin.

Eu prefiro levar os princípios até o fim. Se deixarmos os princípios pelo caminho para alcançar determinados fins, quando chegarmos ao nosso destino não saberemos se somos nós mesmos ou se nos tornamos aqueles contra os quais nos movemos pela primeira vez.

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