Por Alexandre Borges
Colunista da Folha Raquel Landim acusa a “direita” brasileira de racista por discordar das suas análises sobre Trump.
Se o jornal tivesse um mínimo de decência, convidaria outros articulistas para promover um debate de ideias em vez dessa rotulação leviana e injuriosa. O Manual de Redação foi rasgado?
A única agenda da velha imprensa hoje é demonizar quem ousa discordar, é criar um corredor polonês ideológico para todos que não obedeçam a ordem de repetir bovinamente “Trump é Hitler”. Se você não acha que ele é Hitler, apenas um político que pode errar ou acertar e que merece ser analisado racionalmente, é “defensor” ou, no limite, “racista”.
Lutar pela verdade ou ter uma análise distinta não é “defender Trump”, já que o presidente americano deve ser criticado ou elogiado a cada decisão e em função dela. Defender ou criticar tudo indiscriminadamente é que é condenável, o que qualquer jornal ou jornalista deveria saber.
Como dito claramente no texto em que analisei seu discurso de posse, Trump não pode ser colocado nas caixinhas tradicionais de direita e esquerda por promover políticas que são “de direita” como a redução de impostos e regulações, assim como promete realizar políticas “de esquerda” ou “nacionalistas” como pacotes de estímulos keynesianos e aumento de tarifas alfandegárias.
Trump não é um político convencional e não se mostra inclinado a seguir as regras tradicionais da política, o que parece estar dando crises de vertigem em quem tem um ferramental obsoleto para entender seu governo e o momento atual do mundo. São os mesmos que deram 80% de chances de vitória para o Brexit e 98% para Hillary horas antes da votação.
Na falta de recursos intelectuais e de estatura moral para reconhecer que não estão entendendo nada, muitos analistas apenas gritam “Hitler! Racista! Extrema-direita!” para que o leitor não obrigue o autor dos xingamentos a fazer seu trabalho, justificando seu salário e seu espaço na imprensa.
Por que se incomodar com a verdade se basta repetir o que sai nos portais do George Soros e ganhar tapinhas nas costas dos coleguinhas? Qual editor está pressionando seus jornalistas e colunistas a transcenderem o lodaçal e voltarem ao trabalho de servir o leitor e dialogar com ele?
Ninguém precisa concordar com o leitor, evidentemente, mas por que não apresentar argumentos, fatos, dados, evidências e se abrir ao debate honesto, transparente e racional? Qual o medo de permitir que o leitor possa ter acesso a outras visões e decidir livremente?
É realmente um momento de transição entre o velho jornalismo e o que ainda está por vir, fato que ainda vai gerar muita gritaria e esperneio de quem caiu no caminhão de mudança da história e não quer largar o osso com dignidade e altivez.
As redes sociais representam hoje o meteoro que promete extinguir os dinossauros do jornalismo. Eles parecem assustadores enquanto o meteoro se aproxima, mas estão pressentindo o destino e por isso estão urrando. Vale lembrar que meteoros não costumam se importar com gritaria e muito menos mudam suas trajetórias por medo de cara feia.
– “Por que a direita brasileira defende Donald Trump?” – 03/02/2017 – Raquel Landim http://bit.ly/2k9AkSR
– “Trump e o protecionismo: o que você precisa saber” http://bit.ly/2k9KrqQ
– “O Homem Esquecido Voltou” – http://bit.ly/2k9KrXW
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