Por Lucas Berlanza, publicado pelo Instituto Liberal
É imperioso reconhecer que, sem efetivamente ter começado, estando apenas no período de transição, o virtual governo Bolsonaro tem acumulado excelentes notícias. Esta quarta-feira (31) foi particularmente fecunda.
Uma delas foi a divulgação ampla da aceitação do astronauta Marcos Pontes, com um currículo extraordinário, para assumir o Ministério da Ciência e Tecnologia. É incrível que, há pouco tempo, no governo Dilma, a pasta era ocupada por Aldo Rebelo, que chegou a defender a implementação de obstáculos ao desenvolvimento tecnológico para evitar o desemprego. Esse quadro é uma evolução imensurável.
Outra foi a oferta de Israel de bancar uma usina de dessalinização da água para o Nordeste. Essa medida não apenas é um passo primoroso para a emancipação daquela região sofrida e tão querida do Brasil, como um sinal do que podemos obter com a reorientação de nossa política externa. A vinda do premiê israelense à posse do presidente Bolsonaro, uma possibilidade aventada também nos últimos dias, indica a importância que Israel confere à parceria com nosso país e seria a primeira em toda a história.
As atitudes do ministro Paulo Guedes, que comandará a economia, têm sido também animadoras. Ele frisou a importância da Reforma da Previdência e da independência do Banco Central, além de ter dito que trabalhará pela salvação da indústria brasileira, “apesar dos industriais” – ou seja, nada de subvenções e privilégios para empresários. Uma grande mudança pode estar acontecendo sob sua gestão na pasta, cujas consequências, se efetivadas, só podem ser positivas.
Um detalhe, porém, merece nossa atenção particular, porque nos deixa muito felizes. De acordo com o InfoMoney, nada menos que três colunistas do nosso Instituto Liberal participaram da campanha ao lado de Guedes e podem ocupar espaço no governo: Roberto Ellery, Rubem Novaes e Adolfo Sachsida. Este último está confirmado como membro da equipe de transição.
Como atual diretor-presidente do Instituto Liberal, sinto-me na obrigação, que não me é nada penosa – ao contrário, traz enorme satisfação – de, de antemão, parabenizá-los pelo prestígio demonstrado e, para aqueles que efetivamente comporão a equipe do ministério do governo Bolsonaro, transmitir meus votos mais sinceros, em meu nome e em nome da instituição para que tanto colaboraram, de muito boa sorte e sucesso nos desafios para construir um Brasil mais livre e próspero de dentro do Poder Executivo federal.
Para o leitor interessado em conhecer melhor as ideias desses três nomes, fizemos um levantamento dos textos que apresentaram em nosso site.
Rubem Novaes foi diretor do BNDES, é ex-presidente do SEBRAE e doutor em Economia pela Universidade de Chicago – assim como Paulo Guedes. Seu último texto para o Instituto Liberal foi publicado em novembro do ano passado: o registro de uma conferência sobre a demografia no Brasil, em que analisa minuciosamente a questão. Novaes também demonstrou seu conhecimento técnico ao analisar as zonas de comércio, com destaque para a crise na Grécia. Conhecedor ainda de história econômica, ele se mostrou favorável a uma gradual privatização da Petrobras e sustentou que o ministro de Dilma, Joaquim Levy, não fazia jus ao liberalismo da Escola de Chicago – da qual Novaes é adepto, sendo crítico da Escola Austríaca defendida pelos fundadores do IL, como Donald Stewart Jr., o que só atesta a abertura ao diferente e à discussão em nossa linha editorial.
Roberto Ellery é professor de Economia da Universidade de Brasília e especialista em políticas de investimento. Seus artigos são regularmente publicados em nosso site e repercutem análises minuciosas de estatísticas e dados, que ele maneja exemplarmente. Ellery escreveu nesta semanasobre os principais desafios da economia brasileira, que são, a seu ver, o da produtividade, o do investimento e o do ajuste fiscal. Analisou também os limites de isenção de imposto de renda nos governos petistas, demonstrando a falácia nas promessas do candidato Fernando Haddad. Demonstra também atenção ao cenário internacional e considerou o impeachment de Dilma “talvez (…) o mais belo momento do império da lei no Brasil”. Ele apontou a dívida pública como uma ameaça à nossa economia.
Adolfo Sachsida é economista do IPEA, doutor pela Universidade de Brasília e pós-doutor em Economia pela Universidade do Alabama. Adolfo é conhecido nos círculos liberais e conservadores, tendo participado de inúmeros eventos e congressos. Ele defendeu abertamente a necessidade de o Brasil rechaçar o socialismo e a caminhada em direção à Venezuela bolivariana. É um grande admirador de Friedrich Hayek, da Escola Austríaca, que para ele foi o maior economista do século XX. Escreveu em 2007, em parceria com João Batista de Brito Machado, o livro Fatores determinantes da Riqueza de uma Nação, disponível para download. Adolfo é militante ativo das bandeiras que esposa, como o Escola Sem Partido, e seus textos sempre procuram debater respeitosamente os problemas levantados pela sociedade, jamais restringindo-se à economia, abrangendo as mais diversas questões da cultura e da política. Também é um contundente crítico do PSOL e de Marcelo Freixo, mostrou-se simpatizante do imposto único e é admirador do filósofo Olavo de Carvalho.
Reiteramos nosso desejo de que destinem todo o seu conhecimento e experiência para o benefício do Brasil!
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