O Brasil é vítima e refém do PT e do governo Dilma. Ambos, juntos, destruíram nossa economia. Agora parecem em vias de uma briga, com a presidente sequer comparecendo à festa de 36 do partido. Mas engana-se quem pensa que há alguma divisão relevante, que o PT quer insistir no “desenvolvimentismo” enquanto Dilma quer reformas necessárias. É tudo jogo de cena. O PT se recusa a admitir que foi sua visão ideológica que jogou o país no caos. E Dilma também!
O editorial do GLOBO de hoje mostra como o tal “ajuste fiscal” não passou de um engodo. Nelson Barbosa é o ministro da Fazenda, caramba! O rebaixamento triplo do Brasil pelas agências de risco é prova de que nada foi feito para lidar com o problema fiscal, com o crescimento descontrolado da dívida pública. O PT reclama de uma coisa que não existe, e Dilma sabe disso. Diz o jornal:
A leniência ficou cristalina, na semana passada, quando o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, propôs que o governo possa abater da meta de superávit a soma de R$ 84,2 bilhões, basicamente devido à frustração de receita, provocada pela persistente recessão.
Assim, um superávit de 0,39% do PIB se converterá em um déficit de 0,97%. Somado ao de estados e municípios, poderá passar de 1% do PIB. Não há de ter passado despercebido pela Moody´s.
Se houvesse compromisso firme com o equilíbrio fiscal, o governo, a esta altura, com o país a caminho de completar o segundo ano no vermelho nas contas públicas, tomaria medidas de choque para reverter o quadro.
[…]
Um ajuste que na verdade gera um déficit de 1% do PIB chega a ser risível. O lulopetismo conseguiu destruir o equilíbrio fiscal, o qual aceitou apenas no início do primeiro mandato de Lula. Mas, não muito tempo depois, sucumbiu às tentações populistas e colocou tudo a perder. O resultado está aí.
O professor Rogério Werneck, logo abaixo, argumenta na mesma linha, mostrando que não temos a menor chance de melhora enquanto Dilma e o PT estiverem no poder. O governo não tem a menor credibilidade para liderar as mudanças necessárias, não tem o menor controle sobre a situação, e sequer entende ou aceita que foi justamente ele que nos trouxe até aqui, nesse caos econômico. Diz Werneck:
Assustado com as proporções da crise em que meteu o país e impotente para combatê-la, o governo vem sendo arrastado pelo desenrolar do desastre, ao sabor de um processo de deterioração do quadro econômico e social que não parece ter fim. O que hoje mais preocupa o Planalto é que o país, afinal, se dê conta de que a verdade verdadeira é que o governo perdeu controle da situação. Que a opinião pública perceba que, desgastada como está, a presidente não tem nem terá condições de conter, e muito menos de reverter, a gigantesca crise que ela mesma desencadeou.
Passados quase 14 meses do segundo mandato, o avassalador círculo vicioso de contração e desorganização da economia não dá sinais de ter perdido intensidade. Não bastasse a queda de 4% do PIB no ano passado, o que se prevê para 2016 é mais um ano de movimento recessivo de magnitude similar. Os 2,7 milhões de pessoas que perderam seus empregos nos últimos 12 meses são só o prenúncio do que vem por aí. A desocupação continua aumentando. E cada ponto percentual de elevação da taxa de desemprego significa hoje um milhão a mais de desempregados.
A crise não poderá ser superada sem que o governo restabeleça o controle sobre as contas públicas. E mostre que o crescimento explosivo do endividamento público poderá, afinal, ser sustado. Essa é a questão crucial. Impedir que a dívida bruta do setor público, que mal passava de 50% do PIB no começo do primeiro mandato da presidente Dilma, siga em trajetória insustentável e ultrapasse a marca de 80% do PIB já em 2018, como se teme.
O que o governo Dilma tem feito para enfrentar esse problema, e que gera tanta “tensão” assim com seu próprio partido? Absolutamente nada! “A política fiscal que o ministro da Fazenda contempla para este ano é um despropósito, na contramão do ajuste que se faz necessário”, diz o professor. E conclui: “Não há como ter ilusões. Com o quadro fiscal em deterioração em 2016, não há esperança de que a crise possa ser revertida”.
Em artigo no mesmo jornal, o também economista Paulo Rabello de Castro comenta sobre os congelamentos de Dilma, alguns dissimulados, o que os torna piores do que aqueles feitos por Sarney no passado. Acreditar numa narrativa conveniente de que Dilma quer fazer o que é certo e enfrenta barreiras dentro do seu próprio partido é algo muito ingênuo. Dilma é a grande responsável pela lambança toda, em conluio com o PT. Ambos, juntos, afundaram o Brasil. Diz Paulo Rabello:
Dilma e sua equipe, sem desconfiar da própria esperteza, aperfeiçoaram o artifício de um congelamento sarneyzista de preços, salários e câmbio. Com Sarney, a medida era geral e ostensiva. Com Dilma, a manobra foi astuta e seletiva. Os preços livres continuaram liberados, principalmente os salários, garantindo a felicidade momentânea dos eleitores. Os preços sensíveis aos custos de energia e ao câmbio ficaram aprisionados. A indústria não podia exportar com o câmbio controlado; mas encarou uma espiral de salários, embalada pelos então flamejantes setores de serviços e da construção civil, impulsionados por gastos públicos e crédito a todo o vapor. Foi, portanto, um congelamento dissimulado e segmentado, mas muito eficaz, de resultado cirúrgico sobre o placar eleitoral.
Economistas debaterão anos a fio sobre aspectos curiosos do congelamento dilmista como, por exemplo, o fato de a medida não haver incidido sobre os salários e a despesa pública. O que seria visto como catástrofe pelo lado técnico, foi “genial” pelo aspecto eleitoral. Só que o rescaldo de um congelamento seletivo é sempre mais grave. Pagaremos mais caro para sair dessa do que o freezer da era Sarney. O desemprego, a recessão, a redução do poder aquisitivo, a destruição de riqueza, tudo será mais agudo e penoso. Isso explica a surpresa — para muitos — da intensidade do recuo da economia em 2015. E seu trágico prolongamento neste ano e no próximo, na ausência de uma reação à altura da tragédia instalada.
A reação só pode vir de fora, jamais de dentro do governo Dilma e lulopetista. A maior prova disso é a total incapacidade de Dilma de fazer uma só coisa na direção certa! Ela foca em aumento de impostos, na volta da CPMF, o que só prejudicaria a economia ainda mais. E mesmo assim, com Nelson Barbosa no “comando”, cúmplice do crime, ela tem sido alvo de críticas do PT, que é simplesmente incapaz de aprender com os próprios erros e vive preso numa ideologia ultrapassada.
Alguns falam até em Dilma sair do PT, mudar de partido, o que não muda nada: Dilma tem a mesma alma, a mesma essência do PT, pois comunga da mesma ideologia. Foi a simbiose entre ela e o PT que destroçou o Brasil. Não há como separá-los. São como unha e carne, formando um só corpo. Algumas pessoas quiseram acreditar que Dilma havia mudado, que quer deixar um legado positivo e fazer as reformas dolorosas, porém necessárias agora. Que piada! Como alguém pode crer nisso?
Sei que tenho me tornado repetitivo, mas é porque a mensagem precisa ficar muito clara: enquanto Dilma e o PT estiverem no poder, o Brasil vai continuar intensificando a grave crise. Ambos são os culpados por essa situação derradeira. Se Dilma e o PT não forem tirados logo do poder, o brasileiro pode contar que terá saudades de 2015 em 2018, quando essa desgraça toda atual será vista como suave perto da nova realidade.
Rodrigo Constantino
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